Os bancários do Brasil participaram com destaque das reuniões realizadas em 26 de julho na Escócia com os bancos interessados na compra do ABN/Amro. Representados pela diretora da Contraf-CUT, Deise Recoaro, os traba-lhadores brasileiros deixaram claro que, independentemente de qual banco comprar o ABN, a manutenção do emprego é fundamental e o movimento sindical vai brigar contra qualquer demissão.
Saímos mais fortalecidos para defender os empregos no Brasil, porque não estamos sozinhos nesta luta.
A UNI, com seu milhares de sindicatos em todo o mundo, vai fazer a intermediação internacional junto com a gente. Aqui no Brasil, os sindicatos devem ampliar a mobilização e a Contraf tem de envolver o governo federal e o Banco Central no debate sobre a venda do ABN, destaca Deise.
A UNI, central sindical mundial à qual a Contraf-CUT é filiada, foi a res-ponsável pela reunião entre os traba-lhadores e os bancos Santander, RBS e Fortis, realizada na Escócia. O Brasil foi o único país da América a participar do encontro. Durante a reunião, represen-tantes da UNI questionaram dos bancos a falta de informações sobre as negociações, principalmente no Brasil.
Na reunião, o consórcio confirmou 19 mil demissões, no mundo, caso a proposta seja a vencedora, mas não quis afirmar em que países ocorreriam estas demissões.
Os representantes dos bancos disseram que não têm acesso aos dados. O Santander chegou a dizer que não sabia que queríamos informações e por isso não prepararam nada. Mas garantiu que o Santander quer crescer no Brasil, pois considera nosso mercado atraente e que os negócios da empresa vão muito bem por aqui, detalhou Deise.
Categoria exige PPR justa
O ABN adiou no dia 2 de agosto, pela terceira vez, reunião da Comissão de Negociação de PPR. O encontro já havia sido adiado duas vezes, de 19 de julho para 31 de julho, e dessa data para 2 de agosto. Ainda não foi marcado novo dia. Com isto, não é possível afirmar como (e quando) deverá ocorrer o pagamento.
A comissão, conjuntamente com o banco, é responsável por negociar e definir os parâmetros e valores do PPR. O problema é que o banco tem dificultado cada vez mais a participação da representação dos trabalhadores. Dessa forma, o que vem ocorrendo é a imposição da vontade do banco, o que sempre privilegiou a minoria dos funcionários.
O movimento sindical desde o início defendeu a eleição, com participação de todos os funcionários, dos representan-tes para negociar o PPR. No entanto, o ABN sempre postergou a decisão sobre a organização de uma eleição.
Diante desta postura, o movimento sindical, no final de 2005, apresentou uma outra alternativa: um acordo coletivo entre funcionários e banco. Desde o mesmo ano foi também apresentada uma pauta específica de propostas e sugestões para o PPR, que nunca foram debatidas na comissão ou objeto de negociação por parte da empresa.
Por isto, o movimento sindical decidiu não participar da Comissão de PPR, propondo como alternativa o acordo entre banco e trabalhadores. Precisamos garantir um processo de negociação e diálogo e, principalmente, conquistar avanços no pagamento dos valores do PPR, afirma Anilton da Silva, diretor da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro Norte (Fetecn-CN) e funcionário do ABN Real.
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