Em defesa da jornada de 6 horas sem redução de salário, os bancários do edifício Sede I do Banco do Brasil paralisaram suas atividades até as 10h. O ato faz parte do dia de mobilização pelo cumprimento da jornada legal, realizado em todo o país.

Aprovado no 22º Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil, realizado nos dias 9 e 10 de julho, em São Paulo, o ato no Sede I contou com a adesão de praticamente todos os bancários do edifício. Conscientizados pelo Sindicato sobre a importância da participação, os trabalhadores cruzaram os braços e mostraram disposição.
Secretário de Assuntos Jurídicos do Sindicato e funcionário do BB, Rafael Zanon disse que esse é o momento de trazer o banco para a legalidade. “Hoje, o BB e outros bancos obrigam os bancários a trabalhar 8 horas. Não podemos permitir essa ilegalidade, na medida em que conquistamos as 6 horas ainda na década de 1930. Portanto, você que trabalha além da jornada legal deve aderir ao nosso movimento para garantirmos esse direito que nos foi tirado na década de 1990”.
Zanon também lembra que a estratégia jurídica para reivindicar o pagamento da 7ª e 8ª horas continua. “Os bancários que desejarem buscar seus direitos na Justiça podem procurar o Sindicato para orientação”, lembra. “Não aceitamos e repudiamos qualquer retaliação do BB com as pessoas que procuraram seus direitos na Justiça”.
Citando os lucros exorbitantes alcançados pelos bancos brasileiros, o secretário de Organização da CUT nacional, Jacy Afonso, rechaçou a declaração do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, de que reajustes salariais, neste momento de crise, geram inflação. “Pelo contrário, aumentar os salários, como defendeu o então presidente Lula durante a crise de 2008, aquece a economia interna”, disse, lembrando que o Brasil foi pouco atingido pela crise daquele ano por causa do mercado interno. “Como os lucros dos bancos continuam batendo recordes, há condições sim de conceder aumento real nos salários dos bancários”, completou ele, ao afirmar que o dinheiro público não pode ser usado para salvar bancos em crise.
Também presente ao ato, o coordenador da Comissão de Empresa do BB e diretor do Sindicato Eduardo Araújo criticou com veemência o atual corpo diretor do banco, que insiste no descumprimento da legislação trabalhista em relação à jornada de 6 horas. “Se não conseguem resolver, devem sair”, cobra.
Rodrigo Couto
Do Seeb Brasília
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