Após dois dias de debates, a 27ª Conferência Nacional dos Bancários aprovou neste domingo 24 de agosto em São Paulo o plano de lutas da categoria para o próximo período que inclui desde questões corporativas como mais saúde e melhores condições de trabalho e combate às metas abusivas e ao assédio moral, defesa do emprego e fim da terceirização, até temas urgentes da conjuntura política e econômica, como a defesa enfática da democracia, da soberania nacional e dos bancos públicos, hoje sob ataques do governo Trump com apoio da família Bolsonaro e seus seguidores, o que configura um crime de traição à pátria que precisa ser punido.
Os 629 delegados (366 homens e 263 mulheres) que participaram da Conferência, que teve como tema “O futuro que queremos! Justo, soberano, sustentável, inclusivo e democrático”, também aprovaram a realização de atos em defesa do Banco do Brasil, contra “publicações inverídicas e maliciosas que disseminam informação em redes sociais, com o objetivo de gerar pânico e induzir a população a decisões que podem prejudicar a sua saúde financeira”. Deliberaram por fazerem mobilização para as manifestações de 7 de Setembro organizadas pelas centrais sindicais e movimentos sociais e manifestaram apoio à reeleição do presidente Lula.
Ainda foi dada ênfase significativa à justiça tributária, propondo a taxação de grandes fortunas e a isenção de IR para rendas mais baixas, além da regulação das redes sociais para combater a desinformação. Os textos também abordam a defesa das empresas estatais e dos bancos públicos como propulsores de políticas de desenvolvimento do país, com a concessão de crédito para a classe trabalhadora, a redução da jornada de trabalho e o fim da escala 6x1. Também foi proposta a revisão do sistema financeiro nacional para combater juros abusivos, a atuação das fintechs e o fortalecimento da formação da classe trabalhadora, a modernização da comunicação e a mobilização sindical para enfrentar os desafios contemporâneos e promover a inclusão.
“As prioridades para a atuação do movimento sindical bancário neste próximo ano foram definidas depois de debates realizados em conferências estaduais e regionais, que trouxeram as propostas para serem aprovadas aqui na nossa 27ª Conferência. A partir desse processo de conferências, deliberamos fortalecer os atos de 7 de setembro, para defender a soberania nacional, defender o Banco do Brasil, bem como os empregos e os direitos, da saúde e condições de trabalho para as bancárias e dos bancários”, explicou a presidenta da Contraf-CUT e coordenadora do Comando Nacional dos Bancários, Juvandia Moreira.
‘É preciso punir os traidores que atacam o Banco do Brasil’
“A campanha que parlamentares estão fazendo é um crime não apenas contra o Banco do Brasil, mas também contra todo o sistema financeiro, contra a economia brasileira e contra a soberania nacional. Eles precisam ser cassados e presos por essa traição à pátria”, denunciou Rodrigo Britto, presidente da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN). “Estamos convocando ato em Brasília em defesa do Banco do Brasil, dos bancos públicos e da soberania nacional e pela punição dos traidores da nação brasileira. E vamos transformar o 7 de Setembro numa grande jornada em defesa do Brasil, da nossa soberania e da democracia”.
Ele continua: “Vamos também entrar com medidas jurídicas para punir esses traidores que querem destruir a economia brasileira e a democracia para defender uma família de golpistas e tentar evitar a prisão de um ex-presidente que é réu por 5 crimes: organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado. Sem anistia!”
Consulta Nacional
“Além disso, fizemos uma Consulta Nacional à categoria, que contou com 33.482 respondentes, para apurar quais as mobilizações as bancárias e bancárias de todo o país desejam que os movimentos realizem”, completou.
“Após uma profunda análise da conjuntura nacional e internacional, destacou-se a necessidade urgente de defesa da democracia, enfrentamento ao fascismo e proteção da soberania nacional. Querem entregar o Brasil de bandeja para outro país que quer continuar explorando nossas riquezas e impedindo nosso desenvolvimento e exercendo poder sobre os rumos do nosso país. E isso não podemos permitir”, ressaltou a presidenta da Contraf-CUT. “Por isso, vamos aderir às manifestações do dia 7 de setembro, somando forças às centrais sindicais e movimentos populares em defesa da soberania nacional e também pela redução da jornada e o fim da escala de trabalho 6X1, assim como pela taxação dos super-ricos e redução de IR para os trabalhadores com rendas salariais de até R$ 5 mil”, concluiu.
Neste mesmo sentido de defesa da soberania e da democracia, foi aprovada a realização de ato nacional no dia 27 de agosto, em defesa do Banco do Brasil, depois de ataques nas redes sociais iniciado na última terça-feira (19). Entre os ataques, há um vídeo feito por Eduardo Bolsonaro no dia 20, em que o deputado federal afirma que "o Banco do Brasil será cortado das relações internacionais, o que o levará à falência”.
Além da defesa do BB, o ato vai pedir a cassação dos deputados Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Gustavo Gayer (PL-GO), além da prisão do advogado Jeffrey Chiquini, que defende o ex-assessor da Presidência do governo Jair Bolsonaro Filipe Martins. Ambos publicaram postagens, segundo o banco, difamatórias e contra a soberania nacional.
Pautas específicas
As pautas específicas da categoria bancária receberam destaque especial. “A mobilização da classe trabalhadora é crucial para a defesa do emprego bancário, e principalmente garantir condições de saúde e trabalho nas agências e departamentos bancários e a valorização da categoria”, completou a coordenadora do Comando Nacional dos Bancários.
Resoluções
Foram aprovadas 14 resoluções:
Além das resoluções, foram aprovadas quatro moções:
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