Santander

11 de Novembro de 2013 às 19:42

Bancários cobram reunião com presidente do Santander sobre demissões

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Em negociação com o banco ocorrida no dia 8, em São Paulo, bancários cobraram uma reunião com o presidente do Santander Brasil, Jesús Zabalza, para discutir o fim das demissões, da rotatividade e das terceirizações, bem como a manutenção dos empregos e mais contratações. Representantes do banco se comprometeram em trazer uma resposta na reunião do Comitê de Relações Trabalhistas (CRT), marcada para o próximo dia 19.

Os números do balanço do Santander do terceiro trimestre de 2013 e de anos anteriores revelam que não há justificativas para dispensar trabalhadores porque a situação da empresa no Brasil é bem distinta de outras partes do mundo.

A filial brasileira é responsável por 24% do lucro mundial do grupo, apurando 1,277 bilhão de euros apenas nos primeiros nove meses deste ano. O lucro por bancário brasileiro é 1,95 maior que o apresentado pelo empregado espanhol. Outro dado que merece destaque é o fato de o Santander cobrir 148% da folha de pagamento no país apenas com a cobrança de tarifas.

Durante a negociação, trabalhadores cobraram do banco compromisso de suspender o processo de demissão que, entre dezembro do ano passado e setembro deste ano, exterminou cerca de 4 mil postos de trabalho no país.

As consequências das demissões são a piora das condições de trabalho e atendimento, agências lotadas, poucos funcionários, muitos afastados por problemas de saúde e um clima de estresse cotidiano.

Altos executivos e acionistas são valorizados

Se de um lado a empresa elimina postos de trabalho - comprometendo a sobrevivência de milhares de trabalhadores -, de outro é extremamente generosa com seus altos executivos e com os acionistas. Segundo dados da própria empresa, entre 2010 e 2013, cada um dos integrantes de um seleto grupo do alto escalão teve reajuste de 67% em sua remuneração anual, passando de R$ 4,7 milhões para R$ 7,9 milhões.

Os acionistas, para os quais eram distribuídos 1,4 milhão de euros em 2003, receberam 6 milhões de euros em 2012.  


Agências sem limpeza

Enquanto executivos e acionistas são supervalorizados, bancários passam por problemas também em relação às condições de limpeza das agências, já que houve cortes de profissionais também nessa área. Em Brasília, a agência da 502 Norte ficou fechada no início de novembro, pois o banco deixou essa unidade quatro dias sem limpeza. A situação é a mesma em várias unidades do país, e acabam por deixar funcionários sem condições de trabalho.

Sindicato exige fiscalização rigorosa no retorno da licença-saúde

Vários bancários denunciaram ao Sindicato a falta de avaliação por parte dos médicos do trabalho do Santander de funcionários licenciados por motivo de saúde. Eles não estão examinando o trabalhador e apenas seguem os laudos de alta do INSS. Em outubro, o Sindicato se reuniu com a Superintendência Regional de Brasília para cobrar da empresa que reveja essa situação.

“O problema de adoecimento de bancários no Santander aumenta a cada dia por causa das condições inadequadas de trabalho e exposição cotidiana ao estresse, com a cobrança excessiva para o cumprimento de metas. Essa situação pode ser agravada quando bancários são autorizados a retornar ao trabalho mesmo sem condições de saúde”, ressalta Rosane Alaby, secretária de Administração do Sindicato e funcionária do Santander.

 

Thaís Rohrer
Do Seeb Brasília

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