Antes mesmo da deflagração da Operação Aquarela, que investiga contratos irregulares no BRB,
o Sindicato vem cobrando mudanças e a moralização da diretoria do banco, com a indicação de nomes técnicos
Nos últimos meses, o BRB tem passado por diversos problemas. Além da ameaça da privatização, da prisão de ex-presidentes e ex-diretores, por conta da Operação Aquarela, deflagrada pela Polícia Civil do Distrito Federal, a bola da vez é a possibilidade concreta de interrupção das operações nos quase 500 postos disponíveis de auto-atendimento.
A Diebold/Procomp, empresa subcontratada pela Associação Nacional dos Bancos (Asbace) e que presta serviço ao BRB na manutenção dos caixas eletrônicos, ameaça suspender os serviços a qualquer momento, alegando não estar recebendo para isso.
Ocorre que o BRB contratou para este serviço a Asbace, envolvida nas denúncias da Ope-ração Aquarela, e os pagamentos que o BRB faz têm sido depositados em juízo, o que parece impedir a Asbace de efetuar o pagamento para sua subcontratada, gerando esta possibilidade de interrupção de serviços, o que pode manchar profundamente a imagem do BRB.
Os diretores que passaram pelo banco em um ano já tiveram tempo de sobra para efetuar nova licitação ou outro procedimento necessário para a eficiência dos serviços, e até agora não o fez, gerando esta dificuldade, critica André Nepomuceno.
Embargo da Justiça
Com o início da Operação Aquarela, os depósitos do banco à Asbace passaram a ser feitos em juízo. Por isso, a Justiça bloqueou a movimentação bancária referente a esses recursos. Há cerca de R$ 5 milhões de um contrato entre o banco e a associação para suporte nos postos de auto-atendimento. A demora do acerto de contas levou a direção da Diebold/Procomp a ameaçar interromper os serviços nos postos de auto-atendimento, explica Antonio Eustáquio.
Para MP, dispensa de licitação entre BRB e Asbace contém vício de origem
Na opinião do Ministério Público (MP), o atual contrato entre o BRB e a Asbace contém vício de origem, já que a parceria é terceirizada com dispensa de licitação. Essa prática levantou a suspeita de desvios de dinheiro do banco estimados em R$ 50 milhões. O juiz Roberval Casemiro Belinati, responsável pelo caso, acolheu o entendimento do MP e, no último dia 4 de dezembro, negou o pedido do BRB e da Asbace para liberar o dinheiro do convênio com a Diebold/Procomp.
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