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8 de Dezembro de 2025 às 10:23

Audiência na Câmara celebra 40 anos da primeira greve nacional dos bancários e destaca papel histórico

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A Câmara dos Deputados realizou nesta terça-feira (14) uma audiência pública em homenagem aos 40 anos da primeira greve nacional dos bancários, realizada em setembro de 1985. O encontro, promovido pela Comissão de Trabalho (CTRAB), reuniu lideranças sindicais, representantes de entidades e parlamentares para revisitar um dos momentos mais marcantes da redemocratização brasileira e reafirmar a importância da mobilização coletiva diante dos desafios atuais do setor financeiro.

Autor do requerimento que originou a sessão, o deputado Daniel Almeida (PCdoB/BA) destacou que o movimento de 1985 foi decisivo não apenas para conquistas econômicas, mas também para o enfrentamento político contra os resquícios da ditadura militar. “Lembrar essa trajetória é reconhecer que a resistência dos bancários ajudou a preservar patrimônios do povo brasileiro, como a Caixa Econômica Federal. Foi uma luta que ultrapassou o salário e se transformou em símbolo de coragem democrática”, afirmou.

Caixa em destaque na construção da democracia

Um dos pontos centrais da audiência foi o resgate do protagonismo dos empregados da Caixa Econômica Federal, que, em 30 de outubro daquele mesmo ano, realizaram a primeira greve da história da instituição. O movimento garantiu o reconhecimento dos então economiários como bancários, assegurando o direito à jornada de seis horas e à sindicalização.

A deputada Erika Kokay (PT/DF), empregada da Caixa à época, lembrou a atmosfera de ebulição social vivida no país. “Fizemos a primeira greve da história da Caixa para conquistar a jornada de seis horas e o direito de conduzir a nossa própria história. Celebrar 1985 é celebrar democracia, soberania e a força de uma categoria que nunca se submeteu ao silêncio imposto pela ditadura.”

Desafios atuais e a defesa da convenção coletiva

Ao longo da audiência, diversas lideranças sindicais ressaltaram que as conquistas de 1985 moldaram a estrutura de negociação que existe hoje, incluindo a convenção coletiva nacional que unifica direitos de trabalhadores de bancos públicos e privados.

O presidente da Federação dos Trabalhadores de Empresas de Crédito do Centro-Norte, Rodrigo Lopes Brito, chamou atenção para os retrocessos em curso no sistema financeiro, como o fechamento de agências e a pressão crescente sobre trabalhadores.

“Fechar agências da Caixa, como vimos agora no Acre, é desmontar uma instituição que existe para atender quem o mercado ignora. E quando somamos isso à gestão baseada no medo, que adoece a categoria, percebemos o tamanho do desafio. Defender a convenção coletiva e a jornada de seis horas é defender a própria sobrevivência do trabalho bancário.”

Memória e futuro

Ex-presidentes de sindicatos, dirigentes da Fenae, Contraf-CUT e federações regionais também destacaram o papel da unidade sindical construída nos anos 80, responsável por consolidar avanços como a participação nos lucros, vale-refeição, sexta alimentação e mecanismos de combate ao assédio moral e às discriminações.

Para as entidades presentes, revisitar 1985 não é apenas um ato de memória, mas uma ação estratégica diante dos novos modelos de gestão, bancos digitais, fechamento de unidades e pressões por flexibilização de direitos.

A audiência foi encerrada com o reconhecimento de que a categoria bancária permanece como uma das mais organizadas do país e segue exercendo papel central na defesa da democracia.

Victor Queiroz
Colaboração para o Sindicato

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