Mais de 3 mil bancários do Banco do Brasil do Distrito Federal já participaram das mobilizações do Sindicato pelo cumprimento da jornada legal de 6 horas sem redução de salário. Crescentes, as manifestações realizadas desde 15 de fevereiro deste ano mostram que o funcionalismo está realmente disposto a lutar por respeito a um direito já conquistado pela categoria desde a década de 1930. E o engajamento dos trabalhadores continua expressivo, como mostrou o ato ocorrido nesta sexta-feira (8) em frente ao edifício Sede I, na praça do Cebolão, no Setor Bancário Sul (SBS).
Ao iniciar a atividade, que contou com a participação de mais de 400 bancários, o secretário Divulgação do Sindicato e funcionário do BB, Jeferson Meira, ratificou, mais uma vez, a importância da mobilização da categoria para que seja cumprida de fato a conquista da jornada legal. “A direção do BB entendeu nosso recado e está preocupada com o crescimento do movimento em defesa da jornada de 6 horas”, afirmou Meira, ao lembrar que já foram realizados sete atos e mais de 20 reuniões nas agências do DF para mobilizar os bancários.
O diretor do Sindicato e funcionário do BB Wadson Boaventura fez uma breve análise sobre os ataques sofridos pelos bancários que ingressaram no banco após 1998, na era FHC. “Naquele ano, o governo neoliberal retirou 40 direitos dos trabalhadores do Banco do Brasil. Depois de intensa luta dos trabalhadores, resta reconquistar apenas dois desses direitos retirados (licença prêmio e férias de 35 dias para quem completar 21 anos de banco)”, lembrou.
Coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB (CE) e diretor do Sindicato, Eduardo Araújo voltou a reforçar que a mobilização vai fazer diferença. “É possível sim forçar o cumprimento jornada legal de 6 horas. Esse direito foi usurpado indevidamente de nós trabalhadores”, destacou.
Assim como nos outros atos, o advogado Paulo Roberto, da assessoria jurídica do Sindicato, explicou o andamento das ações individuais e coletivas relativas às 7ª e 8ª horas e informou as estratégias a serem adotadas nas próximas ações.
Por descumprir a jornada de 6 horas, o BB vem sofrendo inúmeras derrotas nos tribunais por conta dessa sua estratégia equivocada. É o que afirmou o secretário de Assuntos Jurídicos do Sindicato e funcionário do banco, Rafael Zanon. “Em 2010, o BB desembolsou mais de R$ 700 milhões para pagamento de ações trabalhistas. O banco, por ter como acionista majoritário a União, deveria ser o primeiro a seguir a legislação em vigor. Porém, na prática, é o primeiro a descumpri-la”, criticou.
Previ
O fundo de pensão dos funcionários do BB, a Previ, também foi um dos assuntos abordados no ato realizado sob a marquise do Sede I. Conselheira deliberativa eleita da Previ e diretora da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Mirian Fochi enumerou as conquistas mais recentes dos bancários no plano de previdência do funcionalismo, como a possibilidade de portabilidade para outro fundo de pensão, a diminuição da taxa de administração e a aceitação de dependentes do mesmo sexo, entre outras.
Em relação ao Previ Futuro, Mirian informou que, durante negociação ocorrida no último dia 30 de março, a Contraf-CUT, federações e sindicatos apresentaram as reivindicações especificas para os participantes do plano. Além de propor a redução da parcela Previ e a ampliação da possibilidade de resgate das contribuições patronais, mais uma vez as entidades cobraram mudanças estatutárias na Previ, como o retorno da consulta ao corpo social e da Diretoria de Participação para os eleitos, bem como o fim do voto de minerva.
Para lembrar
Em 15 de fevereiro, o Sindicato realizou a primeira manifestação de 2011 pelo cumprimento das 6 horas no Centro de Suporte Operacional (CSO) do Setor de Indústria e Abastecimento (SIA). O segundo ato ocorreu no Centro de Serviços de Logística (CSL) do Setor Comercial Sul (SCS) no último dia 25 de fevereiro. Já em 3 de março foi a vez do CSO da 201 Norte receber a terceira atividade em defesa da jornada de 6 horas. No dia 16 de março, os bancários realizaram grande ato no Sede V, situado na 515 Norte. A quinta manifestação, ocorrida no dia 23, foi protagonizada pelos funcionários do edifício Sede II. Em 31 de março, o Sindicato levou o ato pela jornada legal ao antigo prédio da Brasil Telecom, no SIA, onde contou com grande adesão do funcionalismo.
Rodrigo Couto
Do Seeb Brasília
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