
Os funcionários do Banco do Brasil mostraram que estão mobilizados e dispostos para pressionar a instituição pelo cumprimento da jornada de 6 horas sem redução de salários. Nesta quarta-feira 20, a categoria participou em peso do oitavo ato organizado pelo Sindicato este ano, que ocorreu no edifício Tancredo Neves, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB).
“A mobilização demonstra para o banco que estamos dispostos a lutar pelos nossos direitos e, em último caso, convocar uma greve. Demonstramos nas negociações que representamos a maioria e o banco sabe das nossas reivindicações. Não é qualquer coisa que vamos aceitar e ainda mais calados”, destaca Eduardo Araújo, diretor do Sindicato e coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, acrescentando que será proposta uma mobilização em âmbito nacional.
O movimento sindical reivindica avanços nas negociações sobre o tema e repudia tentativas do banco de frustrar a mobilização da categoria, como ocorreu no ato desta quarta-feira. “Os bancários estão dispostos a travar um embate acerca da regularização das 6 horas, de modo que a legislação seja cumprida”, comenta Wadson Boaventura, diretor do Sindicato.
Os funcionários receberam os informes da assessoria jurídica sobre as ações de 7ª e 8ª horas e os diretores do Sindicato também fizeram um histórico de luta e da carreira no banco, destacando a falta de incentivo para permanência dos funcionários no banco. “A reestruturação no BB trouxe consequências negativas e atualmente a remuneração é baseada na comissão. O vencimento-padrão é baixo e o banco completa a remuneração com as comissões, uma política à qual estamos buscando reverter”, comenta Rafael Zanon, secretário de Assuntos Jurídicos do Sindicato.
O Banco do Brasil gastou R$ 700 milhões com demandas trabalhistas em 2010, um aumento de 150% em relação ao ano anterior. A previsão é que esse número cresça para 300% em 2011. Além disso, o passivo trabalhista já passa de R$ 3 bilhões. O Sindicato continua auxiliando os bancários nas ações individuais e coletivas relativas às 7ª e 8ª horas. A entidade também ajuizou ações para interrupção de prescrição. Assim os bancários poderão entrar com ações de indenização relativas às duas horas diárias excedidas de trabalho, mesmo que já se tenham passado mais de cinco anos.
Thaís Rohrer
Do Seeb Brasília
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