
A faixa presa na jaula em frente ao Edifício Sede III do Banco do Brasil com os dizeres “Diretoria de Controladoria persegue funcionários” resume a política de gestores do banco que assediam vários empregados e descomissionam sem justificativa. Os objetos serviram como símbolo do descontentamento dos funcionários no ato organizado pelo Sindicato nesta segunda-feira (6).

O Sindicato tem recebido várias denúncias de assédio moral na Diretoria da Controladoria. Além disso, há casos de bancários que foram descomissionados sem justificativa, caracterizando perseguição e assédio, já que todos possuíam somente avaliações positivas no histórico de trabalho.

O último descomissionamento aconteceu no início do mês, no mesmo dia em que a Justiça se posicionou favoravelmente ao funcionário por uma ação que o indeniza pelas 7ª e 8ª horas trabalhadas indevidamente. A decisão judicial ainda determinava que a empresa pagasse duas horas extras diárias enquanto perdurasse a ilegalidade.

“O Banco do Brasil não pode descomissionar sem motivo. A sentença judicial não determina o descomissionamento e sim a reparação de uma ilegalidade. Tais atitudes arbitrárias já renderam à empresa diversas condenações por assédio moral. Além disso, o banco descumpre o acordo aditivo que prevê que os bancários só poderão ser descomissionados após três avaliações negativas seguidas”, denuncia Jeferson Meira, secretário de Divulgação do Sindicato.
Ações do Sindicato
Os efeitos do descomissionamento anterior no salário foram revertidos após uma liminar do Sindicato dos Bancários de Brasília concedida pela Justiça do Trabalho. A assessoria jurídica do Sindicato também entrou com ações na Justiça comum para responsabilizar o próprio gestor que comete o assédio moral.

Durante o ato, diretores do Sindicato ressaltaram que o movimento sindical tem adotado os devidos procedimentos legais também para impedir retaliações. O trabalhador com mais de dez anos de exercício de cargo comissionado tem garantido o direito da manutenção da remuneração via pleito judicial.
O diretor do Sindicato Wadson Boaventura comentou o assunto na atividade desta segunda-feira. “Os gestores também devem ser responsabilizados por dano ao patrimônio público, já que o BB é um banco público. Esses gestores assediadores são covardes e não sabem administrar conflitos e nem gerir pessoas”, afirma.
O secretário de Saúde e Condições de Trabalho da Federação Centro-Norte (Fetec-CUT/CN), Orlando Gasparino, completa: “o assédio é uma ferramenta nefasta para a saúde do trabalhador. É inadmissível um banco público manter em seu quadro assediadores que adoecem colegas. As consequências da pressão e do desgaste emocional chegam a ser irreparáveis à saúde com o passar do tempo”.
O Sindicato também cobra do banco processos seletivos transparentes, a exemplo do que ocorre no Programa de Ingresso na Diretoria de Tecnologia (Progrid). Na visão dos trabalhadores, avaliações objetivas para comissionamento ajudam a deixar claras as aptidões necessárias para o provimento de determinada vaga e evitar situações favoráveis ao assédio moral e apadrinhamento.
Thaís Rohrer
Do Seeb Brasília
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