Os moradores e trabalhadores do centro de Taguatinga participaram nesta sexta-feira (8) de atividade promovida pelo Sindicato em frente à agência do Bradesco durante a qual foi servido um almoço em protesto contra a exploração e a truculência do Bradesco. A atividade demonstrou o descontentamento generalizado da categoria com a falta de proposta dos bancos e marcou o décimo dia de greve. Na ocasião, os dirigentes sindicais lembraram aos clientes sobre as enormes filas, juros e taxas exorbitantes cobradas pelo Bradesco e pelos outros bancos.
O ato também contou com a paralisação da agência até as 13h. “A população comeu com a gente o arroz carreteiro e se informou sobre os juros e taxas exorbitantes praticadas pelo banco. Os clientes e usuários têm que saber que aquele ‘Bradesco Presença’ das propagandas é mentira. A verdade é que os banqueiros abusam da população e agem com truculência com os bancários no seu legítimo exercício de greve, recorrendo inclusive à força policial”, frisa Garcia Rocha, diretor do Sindicato.
A manifestação teve transmissão ao vivo de uma rádio da cidade falando das reivindicações dos bancários e convidando a população para participar do almoço.
Imagem negativa
Além do Bradesco possuir um histórico negativo de violência contra os bancários que participam das greves, levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) revela o quanto a instituição financeira explora clientes e usuários. Os dados mostram, por exemplo, que o banco arrecadou mais de R$ 11 milhões em 2009 apenas com a receita de prestação de serviços cobrados da clientela. Isso significa que somente com a cobrança desse serviço o banco já consegue pagar todos os seus funcionários e ainda sobra dinheiro.
Além disso, em junho de 2010 o Bradesco foi o terceiro banco com maior número de reclamações dos clientes, segundo o Instituto de Defesa do Consumidor.
A greve é 10
Os bancários entraram nesta sexta-feira (8) em seu décimo dia de greve nacional. Em Brasília, a mobilização permanece intensa, com cerca de 80% das agências e postos de atendimento parados. Nos prédios administrativos a greve também segue intensa.
“Nossa greve é 10. A disposição dos bancários na paralisação fez a diferença. A maior prova é que a Fenaban chamou o Comando Nacional dos Bancários para uma negociação neste sábado, em São Paulo”, afirma Rodrigo Britto, presidente do Sindicato.
Thaís Rohrer e André Shalders
Do Seeb Brasília