A missão da Diretoria de Gestão de Pessoas é "aparecer" para o Palácio do Planalto
Com discursos pomposos e sorrisos, a posse da nova Diretoria de Gestão de Pessoas (Dipes) do Banco do Brasil até enganou aqueles mais ingênuos, que acreditaram que a sua missão era nobre, despida de vaidades ou ambições de ascensão. Com o passar dos dias, as atitudes mostraram o verdadeiro objetivo da nova gestão: "mostrar serviço", massacrando os trabalhadores.
E quem está pagando a conta são os bancários. A categoria gera lucros astronômicos para seus patrões, engorda a conta corrente de seus diretores com os bônus, e, como recompensa, é humilhada e achincalhada pela Dipes.
A Dipes orquestrou cancelamentos ilegais de férias, licenças prêmios e abonos de trabalhadores que participaram da greve. O Ministério Público do Trabalho aceitou a denúncia feita pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) a respeito desses abusos cometidos. Também ocorreram descomissionamentos arbitrários, já revertidos pela Justiça.
A lista de arbitrariedades continua com a omissão da diretoria em relação a metas abusivas; demissões sem justo motivo (contrariando inclusive recente decisão do Supremo Tribunal Federal, desligamentos também já denunciados ao MPT); implantação de plano de funções que viola direitos trabalhistas (já existem decisões em três estados contra a redução de remuneração); descumprimento de acordo coletivo no uso das folgas; perseguição a delegados sindicais; implantação de sistema operacional inacabado (SAP-ERP); cancelamento da posse de concursados já qualificados; nomeação sem processo seletivo, e extinção do programa de aprimoramento profissional.
O Sindicato deixa claro que os trabalhadores da Dipes também estão sofrendo com esses abusos, não tendo eles participação na decisão desses atos unilaterais e violentos.
Alardeia-se na empresa que os neoliberais da época de Fernando Henrique Cardoso estão voltando a controlar o BB, vestidos agora com camisas vermelhas, sempre buscando cargos, bônus, poder e status.
Até um convicto neoliberal da Diretoria de Marketing foi visto chorando escondido quando soube da morte de Margaret Thatcher.
Estamos todos loucos? Até o presidente chorou
Na contramão do discurso de diminuição de custos propagado no BB e no Palácio do Planalto, as decisões encaminhadas pela Diretoria de Gestão de Pessoas estão aumentando o passivo trabalhista, prejudicando o clima organizacional da empresa, deixando os trabalhadores insatisfeitos e doentes.
Recentemente, o BB realizou encontro de administradores em que cenas insólitas aconteceram e o presidente chorou, como conta matéria do Sindicato de São Paulo. Leia parte da matéria:
São Paulo - Nos dias 4 e 5 de abril, o presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, reuniu gerentes-gerais de agências e departamentos no World Trade Center em evento chamado de Enlid (Encontro de Lideranças).
"Os diversos relatos dos gerentes são preocupantes. Segundo esses trabalhadores Bendine chegou a chorar na reunião, repetindo cena já ocorrida em eventos similares em outros estados. Isso nos leva a refletir se ele sofre de alguma doença”, questiona o diretor executivo do Sindicato Ernesto Izumi, acrescentado ainda que no Enlid, segundo relatos de participantes, houve disputa de torcidas que entoavam gritos de guerra para saber qual era a mais animada, além de gerente travestido de Super Sinergia, o qual era carregado por outros gerentes, além de fila para pedir autógrafo e aparecer na foto com Bendine.
"O Banco do Brasil está doente. Seus gerentes estão adoecidos pelo assédio moral da alta direção da empresa. Essa direção deve estar doente da cabeça. A presidenta Dilma tem de intervir imediatamente ou a empresa pública vai ser prejudicada pela queda de performance", diz Izumi.
Segundo o dirigente, enquanto a alta direção gastou recursos de hospedagem e transporte nos dois dias do encontro, nas agências e nos departamentos o que se vê são funcionários obrigados a fazer venda casada e tomando remédios tarja preta pela ameaça de corte de função, corte de gastos com vigilantes em prédios, redução das verbas para viagens a serviço, além da utilização de folgas obtidas para reduzir custos.
Os advogados do Banco do Brasil estão adoecendo
Os trabalhadores do jurídico do Banco do Brasil nunca estiveram tão demandados em toda sua história. Por isso, de forma inédita, protestaram na última Campanha Nacional dos Bancários contra as péssimas condições de trabalho a que estão submetidos, precarizadas ainda mais a partir da posse da nova gestão de pessoas.
Desde a posse da nova Dipes, começou uma série de ataques aos trabalhadores do Banco do Brasil, com descumprimento da legislação trabalhista, levando o jurídico da empresa a trabalhar em péssimas condições devido ao aumento das demandas trabalhistas.
Greve nacional dia 30 de abril
Os funcionários do BB não aguentam mais a desvalorização por parte da empresa e se preparam para uma greve nacional no próximo da 30 de abril.
Antes da greve, o Sindicato convoca todo o funcionalismo para participar do Congresso Distrital dos Funcionários do BB no dia 27 de abril. O encontro é mais uma oportunidade de mobilização da categoria e espaço para discussão das reivindicações específicas.
Da Redação com Seeb São Paulo
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