A assembleia dos funcionários do BRB com aproximadamente 200 pessoas, realizada nesta quinta-feira (17) à noite diante do Edifício Brasília, no SBS, nem chegou a reapreciar a proposta do banco de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) para o segundo semestre, decidindo exigir que o banco apresente melhorias e apostando na continuidade das negociações.

Avanços já haviam sido reivindicados anteriormente, no dia 13 de agosto, quando outra assembléia dos funcionários havia rejeitado a proposta de PLR do banco. De lá para cá, apesar dos esforços de negociação da diretoria do Sindicato, o BRB não apresentou nada de novo. Quando a nova assembleia foi convocada, estavam programadas ainda duas rodadas de negociação e o Sindicato, após reforçar a insatisfação da categoria em relação à proposta, esperava que a direção do banco fosse mais sensível e apresentasse melhorias para atender as expectativas dos funcionários.

Infelizmente, a insensibilidade do banco frustrou os empregados que não tiveram outra alternativa a não ser continuar apostando no processo de negociação tanto do tema PLR como das demais reivindicações específicas, somando força à mobilização geral dos bancários na Campanha Nacional 2009. Diante do sentimento da categoria e da falta de melhorias na proposta, o Sindicato entendeu que não era o momento de apreciar a proposta e indicou a necessidade de mais negociações, proposta democraticamente ratificada pela maioria da assembléia.

“O banco teve 30 dias para reavaliar a sua proposta sobre PLR, mas nada foi apresentado. Os funcionários irão exigir avanços, com o conjunto de reivindicações, diante da pompa e circunstância com o que o banco e o GDF anunciam lucros recordes para o ano. A mobilização tem que continuar”, ressalta André Nepomuceno, secretário-geral do Sindicato.

Durante a assembleia, os bancários do BRB receberam a notícia de que a Fenaban havia apresentado uma proposta rebaixada e insatisfatória para as reivindicações gerais dos bancários, durante a reunião de negociação realizada à tarde, em São Paulo, com o Comando Nacional dos Bancários. Ficaram revoltados. A entidade patronal ofereceu apenas 4,5% de reajuste, sem aumento real. “Agora é hora de nos unirmos ainda mais e, se for preciso, entrar em greve. Aliás, essa já é a orientação do Comando Nacional diante do descaso”, afirmou Eustáquio Ribeiro, diretor do Sindicato.

Proposta de PLR do BRB

A proposta de PLR reapresentada pelo BRB estabelece a distribuição de 13% do lucro líquido, sendo que 40% de modo linear e os 60% restantes de forma variável, vinculados ao cumprimento de metas pelos funcionários, com eventual resíduo voltando para a parte linear.

“A PLR vem sendo discutida desde setembro de 2008, numa negociação que envolveu inicialmente o PCS e o fim do PPR. Sempre é necessário reforçar que a negociação da PLR foi condicionante do banco, pois o Sindicato nunca reivindicou mudança na questão”, explicou Cida Sousa, diretora do Sindicato.

Após muitas idas e vindas, o banco só chegou a uma proposta no início de agosto, após dezenas de reuniões. Nesse esforço negocial, o Sindicato conseguiu evoluir bastante as premissas da proposta. O Sindicato esteve o tempo todo questionando e combatendo a remuneração diferenciada dos gerentes executivos, a insuficiência dos valores destinados aos escriturários e caixas, a questão conexa - que permanece pendente e é ponto de pauta específica - dos ajustes necessários aos gerentes de negócios do nível 2 ao 5 no PCS, entre outros pontos. Mas o banco afirmou ter chegado ao seu limite na mesa de negociação.

O Sindicato sempre pontuou os prós e contras da proposta e que a decisão sempre coube e caberá à assembléia de posse de todas as informações desse longo processo negocial.

É preciso ressaltar a importância dos 50 delegados sindicais, como referência fundamental para o Sindicato nesse processo de discussão com a categoria e formulação de ações. Nesse sentido, chamamos a atenção para que os setores que ainda não elegeram seu representante o façam para fortalecer ainda a organização, o debate e as decisões dos funcionários do BRB.