Numa das maiores greves da história da categoria, que durou 24 dias no Distrito Federal, um a mais que nos demais bancos, os bancários do BRB novamente mostraram sua capacidade de mobilização numa luta que resultou num acordo com importantes conquistas para os empregados.

Entre os avanços alcançados, a 13ª cesta-alimentação no valor da que é paga pela Fenaban (R$ 272,93), antecipação de PLR de R$ 1.000, reajustes de 10% sobre o VP, CPVP e anuênios, 10% sobre o VR para quem recebe até R$ 2.500 e 8,15% nos demais VRs, e anistia do dia parado em 23 de outubro.  

“Os funcionários conquistaram esse acordo justamente na continuidade da greve no banco, que durou mais um dia, no momento em que a direção do BRB quebrava o compromisso firmado de que seguiria a Fenaban, o que gerou forte indignação nos bancários”, explica o secretário de Imprensa do Sindicato e bancário do BRB, Antonio Eustáquio.

A decisão de manter a greve repercutiu imediatamente no banco que, pressionado, agendou uma nova rodada de negociações com o Sindicato, quando foi apresentada a proposta final aceita pelos trabalhadores em assembléia ao lado do Edifício Brasília, na quinta-feira 23. “Sem dúvida alguma o poder de pressão dos funcionários do BRB foi determinante ao fazer com que o banco recuasse de imediato em tentar manter uma proposta aquém da oferecida pelos demais”, avalia André Nepomuceno, secretário-geral do Sindicato e funcionário do banco.

“É graças à força dos bancários do BRB na greve que conseguimos avançar e chegar a um acordo digno. Por isso, estão todos de parabéns, por segurar um movimento dessa envergadura por tanto tempo, apesar das adversidades por que passa o sistema financeiro internacional, na defesa dos seus legítimos direitos”, emenda o diretor do Sindicato Kleytton Morais. 

Vitória

A vitória dos bancários do BRB nesta campanha salarial começou a ser desenhada ainda no primeiro semestre com visitas incessantes em todas as unidades do banco. O objetivo era discutir as reivindicações específicas dos funcionários do BRB, e ainda debater o futuro do banco, indefinido ainda até hoje por irresponsabilidade do governador Arruda.

Aconteceu ainda nos dias 5 e 12 de julho o IV Congresso dos Bancários de Brasília – onde foram definidas a estratégia e a pauta de reivindicações levadas como propostas à 10ª Conferência Nacional dos Bancários, ocorrida dias 26 e 27 de julho, em São Paulo. A conferência definiu a pauta de reivindicações, bem como a estratégia da campanha para este ano.

Dentro da construção da campanha, os delegados sindicais participaram de seminário, em 15 de agosto, onde foram discutidas a pauta específica, assim como a estratégia da campanha no BRB.

“A campanha salarial deste ano, especialmente a greve, estabeleceu um novo paradigma para os funcionários do BRB: eles não se vergam e têm disposição para lutar por seus interesses”, afirma Maria Aparecida, diretora do Sindicato e bancária do BRB. “Certamente, esta mobilização indica a real disposição dos funcionários do banco na luta que se adivinha”, completa.

Confira a íntegra da proposta:   

1) Reajuste de 10% sobre VP, CPVP, anuênios;
     Reajuste de 10% sobre VR, para quem recebe até R$ 2.500;
     Reajuste de 8,15% nos demais VRS.

2) Antecipação de PLR de R$ 1.000.

3) Negociação dos dias de greve – seguir Fenaban.

4) Equiparação à Fenaban do somatório dos valores do ticket + cesta-alimentação – R$ 623.

5) Incidência do índice de reajuste de 8,15% sobre auxílio-natalidade, auxílio-creche e demais benefícios econômicos/financeiros.

6) Implementação de Comissão Paritária para discussão dos programas PCS, PPR e PLR.

7) Extensão a todos os empregados da estabilidade, antes restrita apenas para os admitidos até 1999, prevista em Regulamento de Pessoal.

8) Pagamento integral do complemento de auxílio-doença aos licenciados por motivo de saúde, seja previdenciária ou acidentária, independente do tempo de licença.

9) Retorno da contratação de novos empregados (já foram chamados 450 novos empregados).

10) Disponibilização do site do Sindicato no portal BRB.

11) Complementação do valor da 13ª cesta-alimentação, de forma a equiparar com o valor da Fenaban – R$ 272,93.

12) Instituição de auxílio no valor de 1 VP para os empregados considerados inaptos para o retorno ao trabalho que tiverem o benefício suspenso pelo INSS, limitado a oito meses.

13) Inclusão do VR de assistente administrativo no PPR com parâmetro de R$ 2.800.

14) Realização dos cursos obrigatórios preferencialmente no horário do trabalho. Os realizados fora da jornada normal serão remunerados.

15) Auxílio-educação no valor de R$ 250,00 para os cursos que não estão no rol de disciplinas de interesse específico do banco, a partir de janeiro/2009.