Desde que o governador Arruda (DEM) anunciou, em 25 de junho de 2007, que não descarta a possibilidade de privatização do BRB, em reunião com empresários, em São Paulo, o Sindicato vem lutando para que o banco não seja vendido.
Nós entendemos que, por ser patrimônio do povo do Distrito Federal, o BRB deve ser tratado como uma instituição do Estado e que não deve ser transferido para a iniciativa privada, pois os bancos privados têm como único objetivo a busca fácil e desenfreada pelo lucro, sem qualquer compromisso com a formulação ou implementação de políticas de crédito que possam contribuir para o fomento da economia local. Na nossa avaliação, o que é necessário, no momento, é o fortalecimento do BRB como instrumento estratégico de Estado para assegurar o seu caráter de banco público.
Não é a primeira vez que o consórcio PSDB/PFL, atual DEM partido do governador - tenta privatizar o BRB. Em 1997, orquestrada pelo governo de Fernando Henrique Cardoso, que destruiu 24 bancos públicos, a tentativa foi barrada pela mobilização da população de Brasília, organizada pelos funcionários do banco e pelo Sindicato. E já estamos de novo nas ruas para evitar a privatização, pelas seguintes razões:
- O BRB é patrimônio do povo de Brasília e imprescindível para o desenvolvimento regional.
- A privatização se constituiria num golpe, pois em campanha em 2006 o candidato Arruda assumiu o compromisso de manter o BRB como banco público.
- O argumento de que a privatização se justificaria em razão da incompetência do Estado em gerir bancos é uma ofensa à inteligência do povo de Brasília, basta ver os excelentes resultados do Banco do Brasil e da Caixa Econômica, que no governo Lula, com administração séria e competente, têm dado lucros excepcionais, e prestando importante papel social ao país. É ainda uma confissão de incompetência do governador em nomear uma diretoria idônea e capaz de gerir bem o banco, ou ainda, o que seria pior, má-fé e desfaçatez para justificar seu desejo privatista.
- Arruda quer nos convencer de que não existem administradores competentes e honestos para gerir o BRB? O Sindicato afirma que nos quadros do BRB há inúmeros executivos com capacidade profissional e honestidade comprovadas para administrar o banco, basta ver o resultado de 2007, com lucro superior a R$ 100 milhões, sem a interferência de nenhum presidente, pois o banco ficou praticamente acéfalo (sem cabeça) neste período, apenas com a capacidade, inteligência e dedicação de seus funcionários.
A mais recente prova de que o governador Arruda quer mesmo privatizar o BRB foi a entrevista concedida pelo presidente interino do banco, Francisco Flávio, publicada no Correio Braziliense de domingo 13. Ele confunde a opinião pública e lança várias inverdades, inconsistências parciais ou totais a respeito da situação desse patrimônio do povo e instrumento estratégico de governo que é o BRB. Francisco Flávio não escondeu sua defesa apaixonada da filosofia do capitalismo, selvagem, diríamos, posto que banco tem que dar lucro pelo lucro, e qualquer coisa afora isso, como desenvolvimento e prestação de serviços públicos e governamentais, seriam anti-filosóficos, e irracionais. Ademais, não custa lembrar, Flávio tem know how em liquidar bancos, haja vista que este foi um de seus papéis como servidor do Banco Central no governo FHC.
E para tentar frear o governador Arruda de privatizar o BRB, o Sindicato realiza, desde o ano passado, e intensificará, uma campanha para defender esse patrimônio público. Mas essa não é uma campanha somente do Sindicato e dos bancários do BRB, é de toda a população do DF. Pois o BRB é o único banco de Brasília que atende a população de baixa renda. Foi a primeira instituição financeira a se instalar no Paranoá e em outras cidades-satélites. Até hoje, é o único banco que mantém agência na Candangolândia, Recanto das Emas, Santa Maria, e outras localidades onde banco privado não aparece, pois não dá lucro. Ajude a defender este patrimônio que também lhe pertence.
Diretoria do Sindicato dos Bancários de Brasília
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