Em reunião com o deputado federal Rodrigo Rollemberg (PSB) no dia 10 de março, diretores do Sindicato pediram apoio do parlamentar na Campanha em Defesa do BRB público. Rollemberg declarou veementemente a defesa do BRB público e assumiu compromisso de fazer pronunciamento público em defesa do banco.
Veja abaixo a íntegra do discurso do deputado federal Rodrigo Rollemberg, proferido nesta quarta-feira 14 de maio no plenário da Câmara dos Deputados.
O sr. Rodrigo Rollemberg (Bloco/PSB-DF. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, há quase um ano, os funcionários do Banco de Brasília e a sociedade do Distrito Federal ouviram com perplexidade, o governador José Roberto Arruda acenar com a possibilidade de privatização do BRB. Essa seria, segundo o governador, uma medida plausível diante dos escândalos de desvio do dinheiro público que atingiram a instituição em 2007.
Como é de domínio público, os dois presidentes anteriores do BRB, o sr. Tarcísio Franklin de Moura, nomeado pelo ex-governador Joaquim Roriz, e o sr. Roberto Figueiredo Guimarães, nomeado pelo próprio governador Arruda, foram apontados, respectivamente, pela Operação Aquarela, da Polícia Civil e Ministério Público do Distrito Federal, e pela Operação Navalha, da Polícia Federal, como integrantes de esquemas de corrupção.
O Banco de Brasília, Sras. e Srs. Parlamentares, é um estabelecimento financeiro reconhecidamente viável, que desempenha importante papel como banco de fomento a grandes e pequenos projetos empreendidos por empresários e comunidades do Distrito Federal. O BRB foi o único banco estadual que não recorreu às linhas especiais de assistência financeira oferecidas pelo Banco Central dentro do Programa de Incentivo à redução do Setor Público Estadual na Atividade Bancária (PROES), principal responsável pela liquidação, privatização, federalização ou transformações em agências de fomento de 21 das 28 instituições financeiras públicas estaduais sob o controle dos estados em 1993.
Em seus 44 anos de existência, vem se constituindo em instrumento estratégico para o desenvolvimento do Distrito Federal.
A possibilidade de privatização, aventada pelo governador Arruda, consiste, por isso, em lamentável equívoco. Se os últimos dirigentes do BRB padeceram do defeito da improbidade, o que trouxe prejuízos ao desempenho patrimonial e financeiro do banco, a solução não é pura e simplesmente transferir o seu controle acionário para bancos privados.
Uma outra medida que vem sendo ventilada é a transferência do controle acionário do BRB para o Banco do Brasil, somente aceitável caso sejam mantidas as características de instituição pública do banco e da sua atuação específica como indutor do desenvolvimento do DF.
Não obstante os desmandos que o atingiram, o BRB permanece como uma instituição lucrativa, com importante atuação no microcrédito, ao mesmo tempo que mantém um total de 10% de agências deficitárias, de forma a viabilizar o acesso de setores mais carentes da população aos serviços bancários. De 2004 a 2007, o banco apresentou uma curva ascendente de seus lucros, evoluindo de um total de R$ 17,8 milhões, no primeiro ano desse período, para o montante de R$ 100 milhões, no último ano. E como eloqüente manifestação de sua saúde operacional, no final de janeiro deste ano, o BRB apresentou ao GDF proposta de compra da folha de pagamentos dos servidores públicos do Distrito Federal.
A verdadeira solução é manter o BRB como instituição pública, ampliar e aprimorar o exercício de sua função socioeconômica e investir na profissionalização de sua administração. É isso que deseja a população de Brasília.
Prova desse clamor é a constituição da Frente em Defesa do BRB, na Câmara Legislativa do Distrito Federal, lançada em 28 de novembro do ano passado, que conta com a participação dos 24 deputados daquela Casa. Seu objetivo é manter o banco como instituição pública, com sua atuação voltada aos interesses do povo de Brasília.
O mesmo se deve dizer da vigorosa campanha empreendida pelo Sindicato dos Bancários de Brasília, que vem realizando atos públicos por todas as cidades do Distrito Federal, em repúdio à privatização do BRB. Também a Associação dos Funcionários Aposentados do BRB cerra suas fileiras em favor do caráter público do Banco de Brasília.
Sras. e Srs. parlamentares, o futuro do BRB permanece indefinido. E a luta do povo de Brasília em defesa de uma de suas instituições mais importantes não terá fim até que o bom senso e o interesse público prevaleçam.
Muito obrigado.
Deputado Rodrigo Rollemberg/PSB/DF
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