Moradores e apoiadores da Ocupação Povo Sem Medo, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, fizeram uma marcha de cerca de 23 quilômetros até o Palácio dos Bandeirantes, na zona sul de São Paulo nesta terça-feira (31); o objetivo é pressionar o governo do Estado a desapropriar um terreno ocioso há 40 anos no ABC; cerca de 7 mil famílias vivem no terreno e temem o despejo, já autorizado pela Justiça
SP 247 - Moradores e apoiadores da Ocupação Povo Sem Medo, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, fizeram uma marcha de cerca de 23 quilômetros até a zona sul de São Paulo nesta terça-feira, 31. Saindo da ocupação por volta das 7 horas, a caminhada chegou ao Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi, às 16h20. O objetivo é pressionar o governo do Estado a desapropriar o terreno. Cerca de 7 mil famílias vivem no terreno e temem o despejo, já autorizado pela Justiça.
Feito por ruas de bairro, o trajeto não bloqueou a Rodovia Anchieta. Por volta das 10h30, em torno de 5 mil militantes passavam pelo bairro Vila Prudência, no distrito de Cidade Ademar, na zona sul de São Paulo. A previsão era encontrar mais 10 mil pessoas na Estação Morumbi da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) no início da tarde, segundo o coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), Guilherme Boulos.
A marcha já estava prevista antes da Justiça proibir o show do cantor Caetano Veloso dentro da ocupação nesta segunda-feira (30). O cancelamento da apresentação foi feito sob o argumento da falta de estrutura e segurança. Em um palco de madeira, participaram do ato apoiadores como o cantor Criolo, as atrizes Sônia Braga, Alinne Moraes, Letícia Sabatella, Marina Person e a empresária de Caetano, Paula Lavigne, além do próprio músico. O vereador da capital Eduardo Suplicy (PT) dormiu em um dos barracos no terreno.
Pausa para o almoço
Os manifestantes do MTST retomaram às 13h15 a caminhada em direção ao Palácio dos Bandeirantes, após mais de uma hora de pausa para o almoço. As refeições foram distribuídas em marmitas e pratos plásticos e foram preparadas durante a noite e a madrugada anterior por militantes. Entre as responsáveis pela alimentação, estava a auxiliar de administração Ediane Maria do Nascimento, de 34 anos. "Teve feijão, arroz, carne, macarrão,salada. Dormi só duas horas por ter ficado na cozinha."
Guilherme Boulos ressaltou que o ato é "histórico, absolutamente pacífico e organizado". Segundo ele, o "mínimo gesto" que o governador Geraldo Alckmin pode ter é receber representantes do movimento. O terreno de 70 mil metros quadrados pertence a uma construtora e, segundo o MTST, está ocioso há cerca de 40 anos. Para levantar o número de participantes, a entidade distribuiu fichas que devem ser devolvidas no fim da caminhada.
Fonte: Brasil247
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