Vistorias do Sindicato nos locais de trabalho vão continuar
A combinação explosiva de poucos funcionários, muita demanda e estresse cotidiano chegou ao limite na agência do Banco do Brasil do Paranoá na última terça-feira 12. Um cliente agrediu fisicamente um bancário na porta da unidade no momento em que o trabalhador tentava acalmá-lo, já que a fila era longa e havia apenas dois dos três caixas prestando atendimento ao público.
O bancário agredido está afastado por motivo de saúde, devido ao ocorrido. Ele passou por uma avaliação psicológica, que diagnosticou um ato nível de estresse, com complicações físicas. O Sindicato está prestando toda a assistência necessária.
Após a intervenção do Sindicato e da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro Norte (Fetec-CN/CUT) junto à Superintendência Regional do Distrito Federal do BB, a situação foi resolvida. Nesta quinta-feira (14) a unidade voltou a funcionar com a bateria de caixas completa. Mesmo assim, o número ainda não basta para atender a grande demanda da região.
A revolta dos clientes devido à falta de bancários - a causa das longas filas - é constante. E mesmo se desdobrando para agilizar o trabalho, os trabalhadores ainda são hostilizados diariamente.
Essa não é a primeira vez que o Sindicato é acionado para resolver um problema na agência BB do Paranoá. Em outras ocasiões, dirigentes sindicais realizaram protestos para exigir o fim da sobrecarga de trabalho, a contração de novos funcionários, melhores condições de trabalho e reforma do local. O Sindicato também já denunciou a precariedade da unidade ao Ministério Público do Trabalho (MPT).
Confira, abaixo, as ações do Sindicato na agência BB do Paranoá.
- Precariedade da agência BB do Paranoá será denunciada pelo Sindicato ao MPT
- Sindicato e representantes do BB discutem mudança de agência com o administrador do Paranoá
- Por falta de gerentes, Sindicato paralisa serviços da agência do BB do Paranoá
- Vigilância Sanitária visita agência do BB do Paranoá a pedido do Sindicato
- Após denúncia do Sindicato, BB inicia reforma da agência do Paranoá
- Sindicato fecha agência do Banco do Brasil do Paranoá
Caixas sobrecarregados
Outro problema gerado pela dotação insuficiente é o excesso de trabalho dos caixas, o que faz com que tenham que fazer horas extras todos os dias. Após cobrança do Sindicato, o BB se comprometeu em manter o quadro completo de caixas na agência.
“Ficaremos atentos e vamos observar se o banco vai deixar os três caixas. Quando um deles está licenciado ou de férias, o BB não substituiu esse empregado, deixado os outros sobrecarregados”, ressalta José Pacheco, diretor da Fetec-CN/CUT.
A reivindicação do Sindicato é para que o banco amplie o número de funcionários na bateria de caixa e complete também o quadro nos outros setores. A agência prevê uma dotação de dez pessoas, mas conta com apenas cinco.
Agressões estão virando rotina
A situação de caos se repete em outras agências do DF. Desde janeiro o Sindicato vem recebendo várias denúncias de bancários que chegaram a ser agredidos pela população. Caso das agências de Taguatinga Centro, Gama, São Sebastião e QG do Exército.
Em uma dessas agências, uma bancária foi transferida durante o expediente para uma unidade com demanda excessiva. Quando chegou ao local, era a única caixa para atender as 86 pessoas que esperavam por atendimento.
Em razão da longa fila que havia se formado, ela foi ameaçada. Com medo, tentou deixar a agência, mas foi impedida à força por clientes.
Desvalorização dos funcionários do PSO
Vários dos funcionários que trabalham de caixas são escriturários cedidos, que permanecem no cargo sem receber a comissão correspondente. Eles reclamam da falta de valorização e reivindicam processo transparente para nomeação na função que de fato exercem.
O Sindicato já enviou ofício para o banco neste ano cobrando a nomeação dos escriturários que já estão trabalhando diariamente como caixas.
“Essa situação é um verdadeiro desrespeito com os bancários e uma clara demonstração de desvalorização por parte do BB. Além do mais, isso abre precedente para futuras ações judiciais”, afirma o diretor da Fetec-CN/CUT Alexandre Stilben.
Thaís Rohrer
Do Seeb Brasília
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