
Depois do Sindicato dos Bancários de Brasília ter enviado ofício à direção da Caixa Econômica Federal cobrando mais informações sobre o novo modelo de gestão, o banco apresentou, nesta segunda-feira (27), aos dirigentes sindicais da entidade, da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), das federações e de outras entidades que representam os empregados parte do projeto de reestruturação da empresa que vai afetar diversos processos em curso e a configuração de áreas, atingindo muitos trabalhadores da base de Brasília.
Apesar de não ter dado mais detalhes, com as mudanças ainda em curso, a Caixa limitou-se a informar que o novo modelo não é reducionista. “A intenção é organizar melhor a empresa”, esclareceu a diretora executiva de Gestão de Pessoas, Márcia Guimarães Guedes.
Questionados pelos diretores do Sindicato, os representantes da Caixa afirmaram que as mudanças, no momento, atingem a matriz. Na sequência (próxima onda), a reestruturação atingirá as filiais e as agências. “Cobramos da empresa mais transparência no processo”, afirmou o secretário de Saúde do Sindicato, Antonio Abdan, que também é empregado da Caixa. “Preocupado com as consequências negativas que uma reestruturação geralmente traz para o empregado, o Sindicato solicitou sua participação do processo”, acrescentou.
Coordenador da Comissão Executiva de Empregados (CEE/Caixa) e vice-presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Jair Pedro Ferreira fez questão de informar que os sindicatos, incluindo o de Brasília, estão recebendo inúmeras queixas dos empregados que temem ser prejudicados com a reestruturação.
Participação
Em resposta, os representantes não deram garantias sobre a participação do movimento sindical e disseram que tentarão antecipar algumas informações aos dirigentes sindicais. “Não podemos prometer nada para vocês. Tudo depende do Conselho de Administração”, observou uma das gestoras da empresa.
Inserido dentro do projeto Caixa+10 – cujo objetivo é tornar a Caixa a terceira maior instituição financeira em 10 anos do país –, a atualização do modelo de gestão está sendo elaborado por cinco empresas de consultoria e deverá ser implantado em seis períodos de 18 meses, chamado de ondas. De acordo com os gestores da Caixa, o objetivo é mudar a estrutura organizacional para tornar o ambiente laboral mais ágil e competitivo.
Em relação às demais áreas – filiais, agências e outros departamentos –, o vice-presidente de Gestão de Pessoas, Sérgio Rodrigues, que também participou da apresentação, afirmou que não tem condições de informar o que vai ser feito, uma vez que o estudo sobre o assunto ainda não foi concluído.
A diretora executiva de Gestão de Pessoas, Márcia Guimarães Guedes, admitiu que a experiência de 2010, quando ocorreu uma outra reestruturação, não foi boa, motivando ações judiciais por parte dos empregados que se sentiram prejudicados. Ela disse que a diretoria vai se empenhar para que o processo desta vez seja mais tranquilo.
Sindicato cobra esclarecimentos
O novo modelo foi anunciado pela Caixa em reunião com diretores executivos, superintendentes nacionais, gerentes nacionais e consultores de dirigentes, e transmitida via web para o conjunto dos empregados no dia 23 de abril. O Sindicato não foi convidado para a apresentação. Em razão disso, enviou ofício em 26 de abril à empresa cobrando uma reunião para esclarecimentos.
“No ofício, solicitamos a apresentação de informações mais detalhadas sobre o plano, como o destino das unidades extintas, a nova configuração de todas as unidades e os organogramas divulgados internamente. Os representantes dos empregados precisam ser ouvidos”, afirmou o diretor da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro Norte (Fetec-CN/CUT) Adilson de Souza, que também é empregado da Caixa.
Rodrigo Couto
Do Seeb Brasília
Copyright © 2025 Bancários-DF. Todos os direitos reservados