Se a atuação da Polícia Federal do Brasil e do Ministério Público for mesmo para proteger a sociedade do país, estas instituições terão um trabalho e tanto nos próximos dias, pois terão de lidar com uma quadrilha e tanto.
No último dia 10 de outubro, 366 deputados, associados à uns golpistas que ora ocupam o Palácio do Planalto, roubaram o futuro do povo brasileiro.
É de espantar a desfaçatez destes quadrilheiros, pois o roubo ocorreu apenas naquilo que era destinado à população, especialmente a mais carente, aquela que mais precisa da ação do estado.
O roubo do futuro, que atende pelo singelo nome de PEC 241, aquela que subtrai gastos sociais do orçamento público federal, preserva intocável o futuro dos ricos do país, aliás, permite que estes ricos possam ter mais acesso a riquezas, visto que o roubo não atinge a parcela dos dinheiros dedicados ao pagamento de juros e serviços da dívida pública, que, só são destinados aos ricos, os rentistas.
Só não se sabe se os policiais federais terão disposição para trabalhar nos processos contra estes quadrilheiros, pois, pelo roubo perpetrado, eles não terão mais melhoria salarial, então, é de se esperar que façam greve em busca de alguma migalha da parte dos ricos, que não foi roubada. Já os procuradores e promotores, estes não se sabe se terão ímpeto de buscar provas, que aliás são fáceis de serem coletadas, bastando acessar os anais da Câmara Federal, pois boa parte deles faz parte do conjunto daqueles que não foram roubados, e, ademais, já têm tantas benesses do estado que provavelmente nos próximos vinte anos não sofrerão como os zes, as marias e os joões deste brasilzão.
Outro fato que faz com que não se espera dos membros do Ministério Público empenho é o fato de que, dentre os ladrões do futuro, nenhum é filiado ao PT e, portanto são consideráveis por esta instituição, inimputáveis.
Encerro assim esta triste crônica com um sentimento de tristeza e piedade daqueles que um dia ousaram sonhar com uma possibilidade de futuro, com viagens aéreas, curso superior, carro na garagem, plano de saúde, presentes para os filhos, etc. mas, inadvertidamente, foram para as sacadas de seus apartamentos financiados em zilhões de prestações, bater uma panelas. Ah, e foram também numas passeatas estranhas vestidos com a camisa da seleção brasileira acreditando que estavam em uma passeata contra a corrupção.
Antonio Eustáquio Ribeiro
Conselheiro fiscal do Sindicato dos Bancários de Brasília
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