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6 de Setembro de 2016 às 11:18

A esquizofrenia que confirma o golpe, ou uma atitude de “pilatos”

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O resultado do processo de impeachment no Senado Federal do Brasil, por si só, clarifica o que as pessoas de bem deste país tem dito deste o início deste esdrúxulo processo: é um golpe.

O mesmo plenário, obviamente com as honrosas exceções em meio a um hospício, nas palavras do próprio presidente do colegiado, Renan Calheiros, condenou e absolveu a presidenta Dilma Roussef. Sessenta e um senadores votaram pela perda do cargo, e apenas 42 pela perda dos direitos políticos.

Ocorre que a Constituição brasileira é clara quanto às conseqüências da perda de mandato por crime de responsabilidade: cassa-se os direitos políticos. Então, o que depreende-se deste episódio, mais um nessa farsa jurídica, digna de enredos de realismo fantástico mal escrito, condenou-se e absolveu-se a mesma ré, com base nos mesmos argumentos, tanto de defesa quanto de acusação.

O Brasil, que sempre é lembrado por ter coisas únicas como a jabuticaba, acaba de criar mais algo inusitado que se insere no conjunto de coisas que só vicejam aqui, e que contribuem para que este seja o eterno país do estado letárgico do deitado em berço esplêndido.

Ao mesmo tempo em que assistimos a uma pátria se levantar perante o mundo mostrando que deve ser respeitada, como ocorre agora com a Colômbia, que finaliza uma guerra de mais de cinqüenta anos de forma pacífica, dialogada, o Brasil se coloca mais uma vez diante dos olhos do mundo, que, de forma incrédula, assiste a mais este espetáculo do que a miséria de uma elite que sequer tem consciência do que é ser uma elite real, é capaz de produzir.

Na narrativa cristã, Pilatos, conta nos a história, lavou as mãos para tentar se redimir do mal que estava ajudando a se concretizar contra um inocente. Porém a História o colocou no lugar merecido. Nada diferente do que fizeram diversos nobres senadores de nossa república que, condenaram, e, para tentar “limpar a barra” perante a história, ato contínuo, absolveram. Triste país que tem uma elite como a nossa. Não pode aspirar a ser grande jamais.

Excetuando-se os vinte senadores que compreenderam desde o princípio do que se tratou esta pantomima, os demais já estão condenados à lata do lixo da história, tanto aqueles que construíram a figura esdrúxula da condenada inocente, quanto daqueles que mantiveram coerência e a condenaram em ambos julgamentos, pois, diante da inexistência de crime, uma condenação não passa de tentativa até burlesca de solapar a justiça, e a verdade.

Antonio Eustáquio Ribeiro
Conselheiro Fiscal do Sindicato dos Bancários de Brasília

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