

A data de 21 de março entrou para a história como um dos dias mais vergonhosos da humanidade. Em 1976, após muita pressão dos movimentos de luta contra o racismo do mundo inteiro, a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial, em memória ao massacre de Shaperville.
Há 56 anos, nessa data, 20 mil negros protestavam pacificamente, em Joahanesburgo, na África do Sul, contra a Lei do Passe, que os obrigava a portar cartões de identificação especificando os locais por onde era permitida a sua circulação. No bairro de Shaperville, os manifestantes se depararam com tropas do Exército que atiraram sobre a multidão desarmada, matando 69 pessoas e ferindo outras 186.
Hoje, após mais de cinco décadas, ainda persiste a discriminação racial em todo o mundo. No Brasil, muito ainda precisa ser feito para erradicar o racismo. Apesar de alguns avanços, nos deparamos com uma cruel realidade, que é a desigualdade entre negros e brancos em vários setores, especialmente no ambiente de trabalho, no setor financeiro.
Dados do II Censo da Diversidade, divulgado em 2014 pela Federação dos Bancos a partir de reivindicação do movimento sindical, confirmam discriminações e preconceitos nas instituições financeiras. Os números demonstraram que, somente 24,7% dos trabalhadores nos bancos brasileiros são negros. Deste percentual, apenas 3,4% se declararam pretos. A maioria se identificou como parda.
O movimento sindical mantém uma luta constante por um mundo sem discriminação e desigualdades. “Avançamos muito nas reflexões sobre o racismo e a discriminação de uma forma geral, mas ainda é uma doença social crônica e temos que estar atentos para que não se torne incurável”, ressalta Jeferson Meira (foto), diretor do Sindicato e funcionário do Banco do Brasil.
Rompendo preconceitos
O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) registrou em seu relatório anual sobre a discriminação racial no país que, para conseguir romper o preconceito racial, o movimento negro brasileiro precisa criar alianças e falar para todo o país, inclusive para os brancos. "Essa é a única maneira de mudar uma mentalidade forjada durante cinco séculos de discriminação".
O Artigo I da Declaração das Nações Unidas sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial diz o seguinte: "Discriminação Racial significa qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada na raça, cor, ascendência, origem étnica ou nacional com a finalidade ou o efeito de impedir ou dificultar o reconhecimento e exercício, em bases de igualdade, aos direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou qualquer outra área da vida pública".
Da Redação
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