O Sindicato vê com estranheza ser publicada no site da Regius, fundo de pensão dos funcionários do BRB, matéria alusiva à possibilidade de a Nossa Caixa de São Paulo ter de passar por leilão, em caso de uma possível venda daquele banco.

A matéria publicada no site da Regius, de autoria do jornal O Estado de São Paulo, aponta que há uma possibilidade de alteração na MP 443/08, que autoriza os bancos públicos brasileiros, a Caixa Econômica e Banco do Brasil, a adquirirem participações em instituições financeiras sem passar por um processo de licitação.

Um dos objetivos da MP é aumentar a oferta do crédito e tentar reduzir os impactos da crise financeira mundial no país.

A possibilidade de alteração da MP não é concreta, até porque a emenda é originária do DEM, partido do governador José Roberto Arruda, e ela vai à votação na Câmara apenas na próxima semana. Estranha o fato de a Regius, cuja diretoria deve zelar pelo patrimônio dos participantes e inspirar segurança e conforto, publicar notícia que causa desconforto e insegurança, atributos completamente paradoxais a um fundo de pensão.

O atual presidente da Regius já expressou publicamente a defesa de que o BRB deve ir a Leilão, em caso de venda, e tal notícia (possibilidade de leilão da Nossa Caixa) só pode estar no site da Regius porque, por analogia, vai ao encontro do que ele já disse. É importante mais uma vez frisar que o leilão abre uma brecha enorme para privatização.

Por fim, é importante ressaltar, o Banco do Brasil já está em negociação para incorporar o BRB e a Nossa Caixa há um bom tempo. Bem antes da edição desta MP, elemento que indica que qualquer alteração naquela Medida Provisória não deve alterar o curso da negociação.

Seria de bom tom que o senhor João Carneiro de Almeida, cujo partido (PPS), que ocupa cargos estratégicos no governo Arruda, se alinhe aos desejos dos funcionários do BRB: não à privatização.