Sindicato participa de reunião da COE do Bradesco

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O Sindicato participa, na próxima terça-feira 11 de julho, de reunião da coordenação da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco. O encontro será às 13h, na sede da Contraf-CUT, em São Paulo. O diretor do Sindicato José Avelino vai representar a entidade e a Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito/Centro Norte (Fetec/CN).

Durante a reunião serão discutidos assuntos específicos como assédio moral, auxílio educação, PLR, extensão de plano de saúde aos pais e o sistema Treinet. Também haverá debate sobre as propostas para o Encontro de Bancos Privados, que ocorrerá durante a 8ª Conferência dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, no final do mês.

Treinet
O Bradesco obriga os bancários a participarem de treinamento do sistema de terminais de computadores (Treinet), fora do horário de trabalho. “Além da jornada excessiva diária e da política de metas, os funcionários também estão levando serviço para casa. Sem tempo de fazer o curso durante o expediente, o que seria o correto, os bancários têm de fazer o curso em casa e, às vezes, nos finais de semana”, afirma José Avelino, lembrando que o Sindicato vai questionar a legalidade da prática e ainda se o Bradesco vai pagar as horas extras devidas.

Manifestação
Nesta quinta-feira 6 de julho, o Sindicato realizou manifestação na agência Setor Comercial Sul do Bradesco (Central) com o objetivo de chamar atenção da população para a campanha salarial dos bancários deste ano. A culpa pelo atendimento precário não é dos bancários, que estão cada vez em menor número nas agências. "O Bradesco vem demitindo bancários e não substitui nem aqueles que adoecem. E as doenças do trabalho têm sido cada vez mais freqüentes no banco por causa da excessiva carga de trabalho e da pressão para cumprimento de metas", diz Márcio Texeira, diretor do Sindicato.

Assédio moral
Recentemente, a 4ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 2ª Região (SP) condenou o Bradesco a indenizar uma ex-bancária por expô-la a confinamento e humilhações. Durante quase um ano, Cilene Barbosa da Silva foi obrigada a trabalhar em um porão de agência localizada na av. Paulista, em São Paulo num ambiente sujo, mal iluminado e isolado, sem mesa, cadeiras e banheiro.

No local – onde havia insetos, ratos e muito mofo – a empregada tinha de organizar os documentos de toda a instituição e acabou apelidada pela gerência de "ratazana" e "gata borralheira". Alguns colegas – menos hostís – chamavam-na de "cinderela".

Para a relatora do recurso, juíza Vilma Mazzei Capatto, “o tratamento desumano e contínuo, imposto pela empresa, sob a forma de discriminação e isolamento, configurando assédio moral, ofendeu a dignidade e personalidade da empregada, ocasionando-lhe intenso sofrimento”.

O acórdão estabelece indenização de 60 vezes o último salário recebido pela empregada em 31 de julho de 2001, o que para junho/2006 aponta para cifra atualizada de R$ 99.228,31.

Vitória do Sindicato
Em Brasília, um funcionário do Bradesco que emitiu cheque sem fundo durante afastamento por acidente de trabalho não pode ser demitido por justa causa. Isto porque os cheques foram usados no pagamento de despesas com necessidades básicas (saúde, alimentação e transporte) em período que o empregado não recebeu salário nem benefício previdenciário. Esse foi o entendimento da 1ª Turma do TRT-10ª Região, que confirmou a sentença negou provimento ao recurso do banco.

A simples emissão de cheques sem fundos por empregado bancário constitui falta gravíssima e justifica a demissão por justa causa, conforme determina o artigo 508 da CLT. No entanto, a relatora do processo, juíza Elaine Machado Vasconcelos, entende que o artigo não se aplica ao caso, pois o empregado, afastado por LER (lesões por esforços repetitivos), justificou sua conduta como conseqüência de um descumprimento do próprio Banco.

O diretor do Sindicato José Avelino lembra que o Sindicato ingressou na Justiça com várias ações de reintegração de bancários demitidos pelo Bradesco. “Estamos lutando em todas as instâncias para que esses trabalhadores sejam readmitidos o mais rápido possível”. Os bancários com problemas nos locais de trabalho (assédio moral, doenças ocupacionais) devem procurar o Sindicato. Mais informações pelo telefone 3346-9090.