Nesta terça-feira (17), enquanto o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central iniciava a reunião que deve culminar no aumento da taxa básica de juros (Selic), que, atualmente, está em 10,5% ao ano, o Sindicato, juntamente com o Movimento Juros Altos — Povo Lascado, a CUT-DF e Comitês Populares de Luta do DF, realizou um ato em frente ao Bacen. A manifestação foi para protestar e conscientizar a população sobre os impactos negativos dos altos juros praticados pela instituição.
Portando faixas com dizeres como ‘Juros altos é sabotagem, menos especulação e mais produção’, os manifestantes também distribuíram panfletos com informações sobre os prejuízos causados pela elevação da Selic, e enfatizaram que os juros altos não fazem a roda gigante da economia girar. “Ela trava a economia, impede o crescimento e a geração de empregos e, acima de tudo, impossibilita que o governo invista em programas sociais e na infraestrutura”.
O protesto também pediu a saída do presidente do BC, Roberto Campos Neto. “Estamos aqui mais uma vez para pedir a redução dos juros e, ao mesmo tempo, dizer que queremos que Campos Neto caia fora, se demita por incompetência. Ele está prejudicando o país e o povo brasileiro com essas taxas de juros altíssimas. Fora, Campos Neto”, ressaltou Washington Henrique, diretor da Federação Centro-Norte (Fetec-CUT/CN).
“Somente os banqueiros saem ganhando”
Lêda Gonçalves de Freitas, do Movimento Juros Altos, Povo Lascado, reiterou: “Nós, trabalhadores, sabemos muito bem quais os efeitos dos juros altos na nossa vida. Somente quem sai ganhando são os banqueiros e os rentistas. Perdemos em empregos, infraestrutura, saúde, cultura, combate ao fogo nas matas, políticas que preservam o meio ambiente. Por isso, estamos tentando alertar e conscientizar a população e dizer para o atual presidente do BC que nós não queremos juros altos”.
Também integrante do Movimento Juros Altos, Povo Lascado, Alberto Gerardi endossou que os juros altos mantidos pelo BC são terríveis para o Brasil de várias formas. “Primeiro, porque tira os investimentos dos programas sociais, impedem que o governo invista em obras de melhoria para a população, construção de posto de saúde e infraestrutura, entre outros. Tudo isso porque, anualmente, R$ 700 bilhões vão para os banqueiros e os rentistas”, pontuou.
E concluiu: “É fundamental a mobilização de todos, sindicatos, centrais sindicais, movimentos sociais, partidos, toda a população, em toda reunião do Copom, seja na sede em Brasília ou em outras capitais, para mostrar que não dá para ficarmos parados vendo os juros sendo manipulados desse jeito.”
Mariluce Fernandes
Do Seeb Brasília
