O Sindicato exige que a Caixa Econômica Federal cumpra imediatamente os compromissos assumidos com os empregados participantes do programa de incentivo à pós-graduação em nível de mestrado e doutorado. Em uma decisão unilateral e injustificada, o banco descontinuou o programa, prejudicando dezenas de trabalhadores e colocando em xeque a gestão responsável de recursos públicos.
Em 2021/2022, por meio de um processo de seleção amplo e transparente, a Caixa selecionou um grupo de empregados para cursar mestrado e doutorado nas melhores universidades do mundo, com duração de dois a quatro anos. A seleção considerou o desempenho no GDP (Gestão de Desempenho de Pessoas) e a aderência dos pré-projetos de pesquisa aos objetivos estratégicos da Caixa.
Ao retornarem ao Brasil em 2024, contudo, eles foram surpreendidos por uma série de medidas que enfraquecem e desrespeitam não apenas o previsto no edital, mas também as promessas amplamente divulgadas em lives institucionais.
A Caixa, que havia condicionado a participação no programa à devolução da função de confiança, interrompeu a conclusão efetiva do programa, deixando esses trabalhadores em situações de vulnerabilidade profissional e financeira.
Muitos estão sem função definida (TBN), enquanto outros foram deslocados para unidades, em atividades completamente desvinculadas de suas especializações, sentindo-se abandonados e traídos pela instituição.
“Esse descaso não é apenas um desrespeito às expectativas criadas pelos participantes, mas uma violação clara do compromisso assumido pela alta gestão à época. O edital previa não apenas o custeio integral do curso, mas também a alocação dos profissionais em posições estratégicas, de forma a maximizar o retorno do investimento realizado”, sustenta Antonio Abdan, diretor do Sindicato.
“Os empregados dedicaram-se intensamente ao cumprimento das regras e metas do programa de incentivo à pós-graduação. O que se espera agora é que o banco, como uma instituição pública e comprometida com valores éticos, honre seus compromissos e ofereça o respeito e a dignidade que esses trabalhadores merecem”, acrescentou.
Investimento público negligenciado
A descontinuidade do programa também suscita sérias dúvidas sobre a gestão dos recursos públicos. Com investimentos que ultrapassam R$ 1 milhão por empregado, a Caixa agora descarta profissionais altamente qualificados, ignorando o previsto no programa, que era o uso direto de suas especializações em áreas estratégicas para o banco. Essa conduta pode ser interpretada como má gestão ou mesmo malversação de recursos públicos.
Possível discriminação
Há suspeitas de que o encerramento do programa esteja relacionado à gestão anterior, liderada por Pedro Guimarães, atualmente sob acusações de assédio moral e sexual. No entanto, os empregados que participaram de um programa institucional e agiram de boa-fé não podem ser penalizados. Qualquer discriminação nesse contexto é inaceitável e evidencia ainda mais a necessidade de mudança na postura da Caixa.
Reivindicações do Sindicato
A Caixa precisa dar continuidade ao programa de incentivo à pós-graduação, garantindo o cumprimento das condições estabelecidas tanto no edital quanto nas lives institucionais, reintegrando as gratificações de função e realocando os participantes em áreas compatíveis com suas especializações.
“O Sindicato permanece vigilante para garantir que os direitos dos empregados sejam respeitados. A Caixa não pode virar as costas para aqueles que dedicam suas vidas a fortalecer a instituição e servir a sociedade”, cobrou Abdan.
Da Redação