Sindicato acolhe denúncia de favorecimento para terceirização na Ditec do BB

0

O Sindicato está investigando denúncias de que os assessores da Diretoria de Tecnologia (Ditec) do Banco do Brasil estão sendo expressamente orientados a não promover o fechamento das Interações de Suporte. Ou seja, na prática, os contratados ficam com o mérito, recebendo um reconhecimento ao qual não fazem jus.

Além disso, os assessores têm metas de repassar serviços a qualquer custo, sob a ameaça de anotações em suas avaliações de desempenho. A eles tem sido delegada a função de auxiliar os contratados, subsidiando-os a partir das suas expertises. 

Que ganho o banco tem em substituir seus funcionários, capacitados e experientes, por terceirizados inexperientes e aprendizes?

Vejamos, por exemplo, a denúncia de que os gerentes da Gesec (Gerência de Serviços e Experiência do Cliente), imbuídos de senso de impunidade e desrespeito, persistem em incutir na equipe o cumprimento de metas de produtividade voltadas a privilegiar os contratados em detrimento dos assessores de TI.  

Nesse caso, o alvo estratosférico a ser alcançado ainda no primeiro semestre de 2025 é que 100% dos atendimentos sejam realizados pela BBTS, cujas entregas concluídas e registradas devem ser realizadas exclusivamente pela terceirizada. Os assessores estão sendo “incentivados” a receber a nota máxima conforme a metodologia OKR, ou seja, caso a marca alcançada em favor dos contratados fique próxima a 100%.    

O sentimento que reina entre os assessores mais experientes da Gesec é o de que sendo subjugados e induzidos a dar um “tiro no próprio pé”, pois estão (inocentemente) assumindo o protagonismo do processo de precarização da Ditec, arriscando sobremaneira suas reputações profissionais.  

Entende-se, com isso, que o objetivo é promover, em curtíssimo prazo, uma autonomia absoluta dos contratados e o consequente descarte do corpo de assessores.

Riscos para o banco

Isso sem contar que os contratados têm praticamente os mesmos acessos aos sistemas que, até há algum tempo, eram acessados apenas pelos funcionários do BB. Isso pode ocasionar quebra do sigilo de informações e de confidencialidade, inclusive da base de clientes. Cabe ressaltar que, nesse caso, há iminentes prejuízos às experiências dos clientes internos e externos.

Quando a Ditec BB copia modelo de empresas privadas, vai na contramão do seu macroobjetivo, que é “oferecer soluções simples e confiáveis para atender as necessidades dos seus clientes”, e, para tanto, “buscar a significativa redução do número de reclamações”.

Na prática, a tendência, a partir das políticas de precarização dos processos da terceirização descabida, é manchar a sua imagem, ao permitir a prestação de serviços por pessoas não comprometidas com o fortalecimento de uma empresa pública.

Não podemos negligenciar o caos anunciado, e vamos buscar providências para o restabelecimento da reputação a que a Ditec do BB fazia jus e pela qual era reconhecida.  

Da Redação