SEM PROPOSTA DECENTE, BANCÁRIOS ENTRAM EM GREVE

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Por unanimidade, os bancários de Brasília, de bancos públicos e privados, ratificaram na noite desta segunda-feira (5), em assembleia na Praça do Cebolão, no Setor Bancário Sul, a decisão tomada na última quinta-feira (1º) e, sem nova proposta da Fenaban, cruzam os braços por tempo indeterminado a partir da 0h desta terça-feira (6).

Os bancários, que entram em greve em todo o país, reforçaram: não vão aceitar nenhuma proposta, de nenhum banco, que contenha abono salarial como mecanismo de compensação de perdas, que os bancos tanto querem impor à categoria. Ao contrário dos 6,5% e do abono de R$ 3 mil apresentados pela Fenaban, os trabalhadores, atendendo ao mote da Campanha ‘Só a luta te garante’, param em todo o país por aumento real de salário, valorização do piso, em defesa do emprego e por mais contratações, pelo combate ao assédio moral e por mais segurança.

“A decisão da assembleia foi a de não aceitar abono como um instrumento de compensação de perdas”, assegurou Eduardo Araújo, presidente do Sindicato. “E é isso que vamos levar para o restante do país. Os banqueiros que tragam uma proposta decente, para que a gente possa encerrar essa greve o mais rápido possível”. 

O índice proposto pelos bancos nem mesmo repõe a inflação do período, de 9,57%. Para um setor cujos lucros vêm passando ao largo da crise econômica (foram mais de R$ 30 bi só no primeiro semestre de 2016),  uma proposta de 6,5% soa como provocação. Isso sem contar que ressuscitaram o famigerado abono, que tanto foi utilizado no governo FHC como forma de forçar os bancários a aceitarem uma proposta que não continha avanços, já que ele é pago de uma vez e não incide sobre 13º, férias, FGTS e previdência.

As principais reivindicações dos bancários

Reajuste salarial: reposição da inflação (9,57%) mais 5% de aumento real.

Piso: R$ 3.940,24 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último).

Vale alimentação no valor de R$ 880,00 ao mês (valor do salário mínimo).

Vale refeição no valor de R$ 880,00 ao mês.

13ª cesta e auxílio-creche/babá no valor de R$ 880,00 ao mês.

Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.

Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas.

Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS): para todos os bancários.

Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.

Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.

Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transsexuais e pessoas com deficiência (PCDs).

Renato Alves
Do Seeb Brasília