Projeto Teia pode ser o começo de uma mudança estrutural na Caixa; nesta sexta (25) tem plenária híbrida

0

Vem crescendo na Caixa a percepção de que o Projeto Teia, criado para levar o banco à transformação digital, não seria apenas uma ação pontual de reorganização interna. Para muitos empregados e empregadas, ele estaria sendo utilizado como um laboratório para algo mais profundo: a reformulação do Plano de Funções Gratificadas (PFG).

A criação do Grupo de Trabalho (GT) Governança, sem qualquer processo transparente de consulta ou divulgação, levanta dúvidas sobre os reais objetivos da Caixa. O GT, que não teve suas diretrizes claramente compartilhadas com os trabalhadores, estaria conduzindo estudos para mudanças significativas no modelo atual de gestão de funções e gratificações.

A justificativa apresentada seria a promoção da inovação. No entanto, há indícios de que a proposta esteja centrada em uma reestruturação ampla, com foco na redução dos valores das funções e no enxugamento da estrutura da Rede. O receio é que isso represente perdas significativas para quem está na linha de frente do atendimento ao público.

Além disso, o processo está sendo conduzido com o apoio de consultorias privadas — BGC e Deloitte — contratadas para assessorar o redesenho organizacional. O uso de critérios do setor privado, adotados como referência nessas análises, tem gerado preocupação entre os empregados. A Caixa, como banco público com papel social, deveria seguir parâmetros próprios, alinhados ao interesse público, e não aos padrões do mercado corporativo.

‘Nubankização’

Para Guilherme Simões, diretor do Sindicato, a escolha dessas consultorias reflete uma diretriz clara. “Essas empresas foram contratadas para fazer a ‘nubankização’ da Caixa. A lógica é a da fintech: enxugar o quadro, automatizar, ignorando-se o fato de que a Caixa é um banco público com obrigações sociais. Em uma audiência pública realizada em dezembro do ano passado, para tratar da convocação dos aprovados e ampliação do cadastro de reserva do concurso de 2024, um diretor da Caixa, que representava o presidente Carlos Vieira, chegou a comparar o banco com uma fintech, o que mostra a linha de pensamento que está por trás dessas decisões”, afirma o dirigente sindical.

“Além de reformar o PFG, querem também reduzir o quadro de empregados, mantendo, e até intensificando, as péssimas condições de trabalho e a sobrecarga que os empregados já enfrentam”, acrescenta.

Com isso, surgem questões importantes sobre o futuro da instituição, a valorização dos seus profissionais e os rumos que estão sendo traçados – em boa parte, sem debate com quem vive a realidade do banco todos os dias. O Projeto Teia parece ser apenas a superfície de uma mudança que, se confirmada, poderá impactar profundamente o funcionamento e a missão social da Caixa.

Plenária com os empregados na sexta (25)

Nesta semana, a Caixa anunciou a reabertura das adesões ao Projeto Teia, intensificando a pressão sobre os empregados e empregadas. Diante desse cenário, o Sindicato convoca os empregados da Caixa para uma plenária híbrida nesta sexta-feira (25), às 18h, em sua sede, para ouvir os relatos dos trabalhadores, debater os impactos do projeto e discutir coletivamente os próximos passos frente às mudanças propostas pela Caixa. A plenária é aberta a todos os empregados.

> Acesse aqui para participar

Da Redação