Morte na fila: falta de empregados na Caixa causa tragédia na Bahia

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Foto: Google Maps

A política deliberada de esvaziamento dos quadros de empregados da Caixa Econômica Federal resultou em uma tragédia. Sidnei de Souza Azevedo, de apenas 43 anos, foi morto após ser baleado por um vigilante da agência de Dias d’Ávila (BA), na última quinta-feira (3). O motivo? A revolta com a demora no atendimento.

Sidnei foi atingido na perna durante uma discussão com o gerente da agência. O segurança interveio para defender o gerente e, após ser agredido, reagiu com um disparo. Mesmo socorrido a uma unidade de saúde, Sidnei não resistiu aos ferimentos. A agência estava em pleno funcionamento no momento da tragédia, o que causou pânico entre os demais clientes.

Segundo reportagem da Band, a origem da tragédia foi o tempo de espera no atendimento — uma queixa recorrente nas agências da Caixa, que enfrentam superlotação e filas intermináveis por causa da drástica redução de pessoal. “Essa é uma consequência direta da política de precarização adotada pela atual direção do banco, que insiste em não contratar novos empregados, mesmo com concurso público em vigência e aprovados esperando convocação”, denuncia Guilherme Simões, diretor do Sindicato.

De acordo com a reportagem, a direção da Caixa limitou-se a lamentar o ocorrido e prestar solidariedade à família. Mas não disse uma única palavra sobre o motivo real que levou à tragédia: o colapso do atendimento causado pela escassez de trabalhadores.

“Menos empregados significam mais sofrimento para a população. E agora significam também morte. É inaceitável que um banco 100% público, com papel fundamental no atendimento à população mais vulnerável e na execução de políticas sociais, esteja sendo desmontado por dentro. Os empregados da Caixa estão sobrecarregados, adoecendo, trabalhando sob pressão e ameaças constantes, tentando fazer o impossível com recursos humanos cada vez mais escassos”, afirma o diretor do Sindicato Antonio Abdan.

Da Redação