Fetec-CUT/CN participa de audiência em São Paulo para denunciar fraudes do Conglomerado Santander

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O presidente da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN), Rodrigo Britto, participou nesta segunda-feira 16 de junho de audiência pública na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) para denunciar práticas adotadas pelo Santander que prejudicam trabalhadores e clientes, entre as quais o fechamento de agências e a terceirização fraudulenta.

A audiência foi promovida pelo deputado estadual Luiz Claudio Marcolino (PT/SP) em parceria com a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), com a Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito de São Paulo (Fetec-CUT), com o Sindicato dos Bancários de São Paulo, com a Associação dos Funcionários do Grupo Santander Banespa (Afubesp) e Central Única dos Trabalhadores (CUT-SP).

“Quero reforçar a importância dessa luta da categoria contra toda fraude cometida pelo Conglomerado Santander, fraude no âmbito trabalhista, fraude contra os direitos dos consumidores e fraude no âmbito tributário”, disse Rodrigo, lembrando que a Fetec-CUT/CN, em parceria com a Contraf-CUT e outras federações, denunciou o Santander no Ministério da Fazenda e entrou no STF para exigir o fim da pejotização, além de lutar em defesa da competência da Justiça do Trabalho. “Porque querem acabar até com o direito do trabalhador a recorrer à Justiça para defender aquilo que lhe é roubado no dia a dia.”

Luta contra Santander impacta toda a classe trabalhadora

Para o presidente da Fetec, “são várias lutas que nós, enquanto categoria profissional mais organizada nesse país, temos que ter a noção do que está em curso. Porque a nossa vitória contra o Conglomerado Santander dará expectativa para que o conjunto da classe trabalhadora consiga resistir e tentar avançar pela garantia de direitos e conquistas que estão sendo usurpados e que demoramos décadas e décadas para conquistar”.

Rodrigo Britto, no entanto, alertou: “Se nós, enquanto categoria mais organizada do país, sairmos derrotados pela ganância do capitalismo, essa ganância que mata, essa ganância que adoece, essa ganância que faz e quer a guerra, se nós formos derrotados por essa ganância, o conjunto da classe trabalhadora no país tende a ter um futuro pior do que o que existe hoje, principalmente o futuro dos nossos jovens e das mulheres, como mostra estudo da OIT sobre os efeitos da reforma trabalhista e da terceirização”.

Rodrigo encerrou a audiência pública convidando todos a comparecerem no dia 3 de julho, na Comissão do Trabalho da Câmara dos Deputados, para debater e denunciar as fraudes do Conglomerado Santander. Assista aqui à explanação de Rodrigo Britto na audiência pública na Alesp.

Como o Santander pratica a terceirização fraudulenta

O deputado estadual Luiz Cláudio Marcolino (PT-SP), ex-presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, explicou na audiência pública como o Santander opera para cometer as fraudes. Entre 2009 e 2024, disse ele, o banco espanhol fechou 280 agências (10% da rede física) e mais 374 pontos de atendimento apenas entre 2023 e 2024. O Santander divulga que aumentou o número de empregados, de 47.819 em 2009 para 55.646 em 2024, mas não conta que houve grande redução no número de bancários. Isso porque o grupo espanhol pratica no Brasil a terceirização fraudulenta: cria empresas coligadas (são 20 no total) e depois transfere os trabalhadores para essas empresas, com contratos trabalhistas que os retiram da categoria bancária, e com isso burlando os direitos previstos na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) dos bancários.

Apenas 54% do total de trabalhadores do grupo têm vínculo direto com o banco. E o resultado disso são redução de salários e benefícios, perda de representatividade sindical e enfraquecimento da categoria bancária.

“Com essa prática nociva, o banco espanhol desrespeita o Brasil, prejudicando clientes, com a exclusão bancária dos mais vulneráveis pois as agências fechadas estão situadas principalmente nos bairros periféricos da Grande São Paulo e nos municípios do interior, e também trabalhadores, retirando direitos e enfraquecendo os sindicatos”, destacou Marcolino, que foi o proponente da audiência.

O Santander foi convidado para a audiência, mas não compareceu e enviou uma carta para ser lida no auditório. O deputados Marcolino disse que não leria a carta, em protesto pelo desrespeito ao convite da Alesp.

Fonte: Fetec-CUT/CN, com informações do Seeb São Paulo