Emprego bancário cresce no DF em maio, enquanto setor financeiro amplia vagas fora dos bancos

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Setor bancário fecha postos de trabalho no país, mas registra saldo positivo no DF; maioria das novas admissões é masculina

Segundo análise realizada em maio pela subseção do Dieese no Sindicato dos Bancários de Brasília, o setor bancário do Distrito Federal contrariou a tendência nacional e registrou saldo positivo de 105 postos de trabalho, resultado de 171 admissões e 66 desligamentos. No Brasil, por outro lado, o setor bancário fechou 830 vagas no mesmo período.

Enquanto os bancos tradicionais reduziram postos em todo o país, o restante do ramo financeiro seguiu trajetória oposta.

“Em maio de 2025, o setor financeiro continuou substituindo empregos bancários por vagas em outras áreas, como fintechs, planos de saúde e cooperativas de crédito. Foram abertas 1.754 vagas nessas outras categorias no mês, enquanto o setor bancário fechou 830 postos no país”, explica Paula Reisdorf, da subseção do Dieese no Sindicato.

Segundo o levantamento, no DF, o desempenho mais expressivo foi o da Caixa Econômica Federal, que contratou 150 trabalhadores e encerrou o mês com saldo positivo de 134 vagas. Em contraste, os bancos múltiplos com carteira comercial cortaram 29 postos. Não houve movimentação registrada em bancos comerciais, de investimento ou múltiplos sem carteira comercial na capital federal.

Além do crescimento no emprego, os dados revelam mudanças no perfil da categoria. O setor bancário vem se tornando cada vez mais masculino, especialmente nas áreas de tecnologia da informação.

“Observamos que o perfil dos bancários está mudando e ficando cada vez mais masculino com a criação de mais empregos nas áreas de TI, nas quais os homens são sobrerrepresentados. Eles representaram 57% das admissões de bancários no Brasil em maio de 2025 e 80% no DF”, detalha Paula Reisdorf.

Outro ponto de destaque é a diferença salarial entre admitidos e desligados. No Brasil, quem ingressou no setor em maio teve salário médio de R$ 7.730, enquanto os desligados recebiam R$ 8.429. No DF, a média dos admitidos foi de R$ 4.131, bem abaixo dos R$ 7.470 dos desligados, indicando a substituição de profissionais mais experientes por trabalhadores mais jovens e com remuneração inferior.

O levantamento mostra ainda que, no acumulado de 12 meses, o setor bancário nacional perdeu 8.415 postos de trabalho, enquanto o restante do ramo financeiro abriu 19.543 novas vagas. No Distrito Federal, o saldo é positivo tanto para os bancários (462 postos) quanto para os demais segmentos do setor (547 postos).

Stéffany Santos
Colaboração para o Sindicato