A Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN) promoveu ao longo desta semana uma intensa mobilização contra as práticas abusivas do Santander, com foco no combate à terceirização irrestrita, à retirada de direitos, ao fechamento de agências e à precarização das relações de trabalho.
Em Brasília, a mobilização foi marcada por protestos nas agências do Gama, Guará, 513 Norte e Lago Norte, que serão fechadas pelo banco, e também na Regional Brasília, localizada na W3 Sul. Em todas essas localidades, dirigentes sindicais denunciaram a política do banco de encerrar unidades, demitir funcionários com décadas de serviço e contratar de forma fraudulenta, por meio de terceirizações que reduzem direitos e sobrecarregam os empregados.
Por conta disso, o mote da mobilização foi “Luto nas agências do Santander – Eles querem enterrar quatro agências, mas quem sofre somos nós”, destacando os impactos profundos que essa política representa tanto para os trabalhadores quanto para os clientes.
A situação já resultou na demissão de ao menos três bancários com mais de 30 anos de dedicação à instituição. Durante os atos, realizados com faixas de denúncia, distribuição de material informativo e um ato simbólico com caixão representando o “enterro” das agências, dos empregos e do atendimento à população, a categoria bancária deixou claro que não aceitará os retrocessos impostos pelo Santander.
“Estamos na semana de luta contra o Santander para denunciar os abusos de fechamento de agência, demissão em massa e contratação de forma fraudulenta”, afirmou Eliza Espíndola, diretora da Fetec-CUT/CN e funcionária do banco.
O diretor da Fetec-CUT/CN Francinaldo Costa reforçou a gravidade da situação: “Estamos hoje fazendo o sepultamento simbólico de uma agência do Santander que infelizmente será fechada, trazendo transtorno para a população e, consequentemente, o temor pela provável demissão dos seus empregados. Santander, respeite o Brasil. Santander, respeite seus empregados”.
A diretora do Sindicato Dagma Souza também destacou o papel da entidade na defesa dos trabalhadores: “O Santander segue fechando agências, sepultando carreiras, deixando pais de família desesperados, sem seus empregos. Só que a gente não vai parar. Vamos continuar”.
‘Ser cliente do Santander não está fácil’
Os impactos, no entanto, não atingem apenas os trabalhadores. Milhares de clientes também enfrentam prejuízos com o fechamento das unidades, como a interrupção de agendamentos, filas virtuais e telefônicas sobrecarregadas, deslocamentos mais caros e demorados, além de um atendimento cada vez mais impessoal e precarizado. Durante o protesto no Gama, um usuário relatou: “Cheguei aqui agora na agência do Gama e descobri que vai fechar. É muito triste essa notícia. Já tem poucas agências no Brasil e, quando tem, estão fechando. Vim do Recanto das Emas, precisei me locomover de outra cidade. O Santander precisa pensar mais na população e no cliente. Ser cliente do Santander não está fácil”.
Para os bancários e bancárias que permanecem no banco, o cenário também é crítico: a insegurança no emprego, a sobrecarga de trabalho, as metas abusivas e as jornadas exaustivas fazem parte da realidade diária. A política do Santander é vista como um verdadeiro ataque à história da categoria, tratando profissionais com anos de dedicação como simples números em planilhas de corte de custos.
Audiência Pública na CLDF dia 19
Como parte das ações da semana de luta, será realizada na próxima segunda-feira, dia 19 de maio, uma audiência pública na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), com o objetivo de debater os abusos do Santander relacionados à terceirização fraudulenta e ao fechamento de agências no DF.
A audiência, proposta pelo deputado Chico Vigilante (PT-DF), tem apoio do Sindicato e da Fetec-CUT/CN, e será transmitida ao vivo pelos canais oficiais da CLDF.
Da Redação