Dieese aponta taxa de desemprego e inflação em alta no DF

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O boletim de conjuntura divulgado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em maio de 2025 aponta que a inflação continua pressionando o bolso do trabalhador. O IPCA, índice oficial utilizado pelo governo, registrou alta de 0,43% em abril, acumulando 5,53% nos últimos 12 meses. O INPC, que reflete com mais precisão a inflação para famílias de menor renda, também subiu 0,48% no mês e acumulou 5,32% no mesmo período.

Outro dado que chama atenção é o valor da cesta básica em Brasília, que atingiu R$ 775,84 em abril. Para cobrir adequadamente as necessidades básicas de uma família, o DIEESE calcula que o salário mínimo necessário deveria ser de R$ 7.638,62, muito acima do valor oficial de R$ 1.518,00, em vigor desde janeiro.

No campo do trabalho, a taxa de desemprego no Distrito Federal ficou em 14,6% (dados da PED (Pesquisa de Emprego e Desemprego) referentes a dezembro de 2024), enquanto na Periferia Metropolitana de Brasília a taxa foi ainda maior, chegando a 15,2%. Em âmbito nacional, a taxa de desocupação medida pela PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) foi de 7% no trimestre encerrado em março, e a subutilização da força de trabalho chegou a 15,9%.

A taxa Selic, principal instrumento de política monetária, permanece elevada, em 14,75% ao ano. Já o dólar comercial foi cotado a R$ 5,62 em 14 de maio.

Atividade econômica mostra sinais mistos

No setor produtivo, a produção industrial brasileira cresceu 3,1% em março, mesma variação registrada no acumulado de 12 meses. O volume de serviços avançou 1,9% no mês e 3% no acumulado anual. No Distrito Federal, o setor de serviços se destacou com crescimento de 14,3% no mês e 6,4% no acumulado.

O comércio varejista nacional apresentou retração de 1,0% em março, apesar do saldo positivo de 3,1% no ano. No DF, o setor teve desempenho melhor, com crescimento de 0,7% no mês e 4,4% no acumulado. Por outro lado, a estimativa da safra agropecuária nacional aponta queda de 12,2% em 2025 em relação a 2024.

Os dados reforçam o cenário de desaceleração no consumo, alta nos preços e desigualdade no crescimento entre regiões e setores da economia.

Stéffany Santos
Colaboração para o Sindicato