A Superintendência de Controles Internos e Integridade da BB Seguridade tem a função essencial de avaliar e monitorar a eficácia dos controles internos em processos críticos, garantir o cumprimento irrestrito dos normativos internos e externos, além de supervisionar o Programa de Integridade — mecanismo fundamental na prevenção e no combate à corrupção. Seu papel é identificar falhas, denunciar irregularidades e apontar oportunidades de aprimoramento. Para que isso seja possível, a independência e a autonomia da área devem ser asseguradas, conforme previsto em lei, normas, no próprio Estatuto Social da Companhia e em sua Política de Controles Internos e Integridade, assinada pelo Conselho de Administração da BB Seguridade.
No entanto, a atual Diretoria decidiu atacar diretamente a estrutura da Superintendência, promovendo um desmonte sem precedentes. Nenhum dos funcionários que estava no setor em março de 2024 permanece atuando agora, em março de 2025. Os funcionários, técnicos altamente qualificados e com muitos anos de experiência, foram submetidos a uma rotina de assédio e perseguição, resultando em afastamentos por acidentes de trabalho e graves danos à saúde. Em seus lugares, foram alocados profissionais sem qualquer experiência ou conhecimento técnico na área.
Ironicamente, o próprio executivo de compliance não é um especialista na área. Oriundo da área negocial do BB, ele faz questão de se gabar publicamente de ter sido “convidado” por ser amigo e pessoa de “confiança” do presidente da Companhia. O Sindicato recebeu várias denúncias anônimas e outras identificadas de que esse executivo vem liderando a desestruturação da área, consolidando a captura institucional da integridade corporativa.
Por que tamanha ofensiva contra a Área de Controles Internos e Integridade da BB Seguridade?
Foram identificadas e denunciadas interferências em processos de seleção, avaliação, reconhecimento e sucessão, com manipulação de critérios para beneficiar funcionários alinhados à administração e a outros interesses, em detrimento dos funcionários qualificados e experientes na área de controles.
Além disso, foram detectados e reportados conflitos de interesse em relações institucionais, incluindo o recebimento e oferecimento de brindes, presentes e hospitalidade, possivelmente visando influenciar decisões estratégicas.
As denúncias recebidas pelo Sindicato apontam também falhas graves no monitoramento de parceiros de negócios, expondo a empresa ao risco de relações inadequadas e ao descumprimento do Programa de Integridade. Para a coleção, soma-se a denúncia de deficiências na gestão de contratos, comprometendo a conformidade, a mitigação de riscos e a lisura nos processos de governança corporativa.
Foram emitidas recomendações sobre mudanças arbitrárias na estrutura organizacional, criadas unicamente para beneficiar funcionários específicos, sem qualquer justificativa técnica ou estratégica.
Conforme consta na denúncia recebida pelo Sindicato, há vazamento de informações sigilosas do Conselho de Administração, um atentado direto à segurança e governança da Companhia.
Consta que foram verificadas irregularidades na contratação de fornecedores, campanhas de indução de vendas, patrocínios e doações, todas realizadas sem a devida diligência para mitigar riscos reputacionais. E consta ainda da denúncia que houve a utilização de empresas coligadas para a contratação de fornecedores ligados ao grupo político da administração, sem o devido processo de licitação, em um evidente desrespeito às boas práticas de governança e integridade.
Diante desse cenário, o executivo de compliance — que deveria atuar como guardião da ética e do compromisso institucional com a integridade — tornou-se peça-chave no ataque à própria área que deveria proteger. Como se não bastasse a gravidade das ações denunciadas, também consta que houve tentativa de silenciar e perseguição dos profissionais da Superintendência, bloqueando a verba destinada à gestão do Programa de Integridade em 2024 e propondo o corte total desses recursos para 2025. Além disso, tentou-se rebaixar a área para uma Gerência de Equipe, subordinando-a a uma Superintendência, num claro movimento para reduzir sua autonomia e influência. A tentativa só não se concretizou devido às denúncias que vieram à tona.
Estarrecido com a gravidade da denúncia e a robustez de provas apresentadas, o Sindicato, bem como os funcionários da BB Seguridade que assistiram perplexos a esse grupo promover o desmonte da área de controles internos da BB Seguridade, quer saber até quando o Banco do Brasil permitirá o desmantelamento da integridade da BB Seguridade por interesses outros que não coadunam com a responsabilidade ética, marca da atuação da atual gestão do BB, que tem sido elogiada pela importância dada às pautas de diversidade e ASG do conglomerado.
Apesar das inúmeras manifestações de solidariedade, os funcionários adoecidos estão sendo alvo de uma campanha difamatória orientada, promovendo a revitimização dos colegas. Uma atitude óbvia, e muito comum, daqueles que se encontram desesperados e querem reverter a narrativa a seu favor.
Da Redação