CUT reage ao corte de Bolsonaro no auxílio emergencial

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Em pronunciamento feito na manhã desta terça-feira (1º/9), o presidente Jair Bolsonaro anunciou que o valor do auxílio emergencial vai ser reduzido pela metade, fechando em R$ 300, pago até dezembro deste ano. O valor foi acordado com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e deixa ainda mais grave a situação de milhares de pessoas vítimas econômicas da Covid-19. Em documento, a CUT e demais centrais sindicais rejeitaram a ação do presidente antipovo e exigiram que o valor seja mantido integralmente.

“As Centrais Sindicais rejeitam a medida anunciada nesta terça-feira (1º) pelo governo que reduz à metade o valor do auxílio emergencial; propõem e defendem que o Congresso Nacional prorrogue até dezembro o benefício do Auxílio Emergencial de R$ 600,00, com os mesmos critérios de acesso e para o mesmo universo de pessoas credenciadas que ainda necessitam do benefício”, diz trecho da nota.

“De acordo com as regras vigentes, o auxílio emergencial terminaria em agosto. Então, o governo prorrogou o benefício de maneira capenga. O objetivo não é atender o povo, tirar as pessoas da miséria. O objetivo é apenas tentar aumentar sua popularidade, prejudicada diante de tantos ataques contra a população. As pessoas, mesmo com o auxílio emergencial, estão passando fome, sendo despejadas. Cortar algo que já está pouco é desumano. Nós da CUT vamos lutar para que esse auxílio seja mantido integralmente”, afirma o presidente da CUT-DF, Rodrigo Rodrigues.

O corte do auxílio emergencial, que atende atualmente 67 milhões de pessoas, vem em um momento em que o país registra mais de 13 milhões de desempregados e quase 4 milhões de pessoas contaminadas pelo coronavírus. O auxílio emergencial, que coloca comida no prato de quem passa fome, ainda é esperado por muita gente. De acordo com dados do próprio governo, foram incluídos no sistema de cadastro do programa 100 milhões de CPFs.

Para Bolsonaro, o auxílio emergencial é “endividamento” e o valor de R$ 600 “é muito”. Entretanto, no último mês de abril, o governo federal deu R$ 1,2 trilhão aos bancos para “fazer caixa” e “dar mais liquidez às instituições financeiras.

Menos beneficiários

Além de reduzir o valor do valor do auxílio emergencial, o governo estuda endurecer as regras para concessão do benefício. Uma das novas travas para negar o auxílio está relacionada a famílias que recebem três cotas, como nos casos em que mães chefes de família estão recebendo atualmente duas cotas duas cotas – R$ 1.200,00 – e um filho maior de idade recebe mais uma cota, totalizando R$ 1.800,00 para a família. O governo quer impedir o pagamento da terceira cota.

Na nota divulgada assim que Bolsonaro anunciou a prorrogação do auxílio com valor menor, as centrais também afirmam que o Congresso tem de manter os critérios de acesso ao benefício e manter o mesmo universo de beneficiários.

De acordo com a nota, a proposta de um Abono Emergencial para proteger os trabalhadores mais vulneráveis, que trabalham por conta própria ou como autônomos, entre outros, apresentada pelas centrais já provava que era necessário e possível a ajuda de R$ 600,00 – R$ 1.200,00 para mães chefes de família.

“Essa medida beneficiou mais de 65 milhões de pessoas, impedindo que caíssem na pobreza, criando uma proteção econômica efetiva para as famílias mais vulneráveis, bem como ajudou a sustentar o consumo de bens e serviços essenciais, em especial nas regiões mais pobres do país”, diz a nota.

 Leia a íntegra da nota das centrais sobre o auxilio emergencial

Fonte: CUT-DF, com CUT Nacional