Contra campanha institucional do Itaú, Sindicato protesta por melhores condições de trabalho em Dia Nacional de Luta

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O Itaú celebra seu centenário com campanhas que exaltam sua história e projetam um futuro promissor. Contudo, para os bancários, o dia a dia dentro do banco conta uma história bem diferente. As condições de trabalho dos funcionários revelam um cenário de pressão, metas abusivas e aumento de doenças psíquicas. O fechamento de agências e a terceirização das centrais de atendimento têm agravado o cenário, deixando uma carga excessiva para os que permanecem.

Para denunciar essa realidade, bancários protestaram em todo o país, num Dia Nacional de Luta, dentro da campanha Itaú, 100 Bancos Diferentes. Em Brasília, os dirigentes sindicais percorreram diversas agências entregando material informativo e dialogando com os bancários e a população.

“O Itaú completa 100 anos de existência neste ano, e tem investido fortemente em uma campanha de marketing que projeta um futuro promissor e inspirador. No entanto, a realidade dentro das agências é bem diferente. O banco tem seguido uma política de fechamento de agências e demissões de funcionários, inclusive terceirizados, o que contrasta com a imagem positiva transmitida pela campanha dos 100 anos”, protesta Sandro Oliveira, diretor do Sindicato.

“É preocupante ver, por exemplo, que contas de clientes estão sendo geridas por terceirizados e não por funcionários diretamente contratados pelos bancos. Queremos que o trabalhador seja contratado pela própria instituição para garantir uma gestão mais próxima e segura dos serviços, incluindo seguros e outros produtos que são de grande importância para a clientela”, cobra Washington Henrique, diretor da Federação dos Bancários do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN).

Adoecimento e demissões arbitrárias

O número de demissões aumentou, incluindo casos por justa causa com base em motivos considerados arbitrários. Trabalhadores que buscam atualizar suas certificações, como a CPA, enfrentam advertências e demissões mesmo estando dentro dos prazos. Nos últimos doze meses, o banco fechou 1.785 postos de trabalho, além de 175 agências, evidenciando uma política de cortes que sobrecarrega os bancários que fica,.

Os sindicatos têm registrado um aumento significativo de denúncias de assédio moral, mas o banco frequentemente nega as alegações. Segundo dados, 90% dos atendimentos dos sindicatos a bancários do Itaú estão relacionados a doenças psíquicas derivadas das condições de trabalho. Em casos extremos, o banco chega a notificar trabalhadores por abandono de emprego, mesmo diante de problemas de saúde diagnosticados. 

Na tentativa de minimizar os impactos de saúde, o banco oferece indenizações em troca da estabilidade no emprego. O Sindicato alertam que essa prática é prejudicial e orientam os trabalhadores a não aceitar a proposta sem consultar apoio sindical. A saúde dos bancários vale mais que qualquer proposta desonesta.  

Da Redação