Trabalhadores movimentam agências do BB em todo país no Dia Nacional de Lutas e rechaçam reestruturação

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O Dia Nacional de Lutas contra a reestruturação do Banco do Brasil realizado nesta quinta-feira (21) terminou com avaliação positiva. Seguindo todas as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) para prevenir a disseminação do coronavírus, de norte a sul do país o funcionalismo do Banco do Brasil comprovou sua unidade e capacidade de luta com ampla participação nas diversas atividades realizadas país afora – manifestações em agências e postos de atendimento, plenárias, reuniões com funcionários, mobilizações nas redes sociais e muito mais.

Além da repercussão das ações já realizadas, novas mobilizações previstas no calendário de lutas contra a reestruturação deverão ocorrer nos próximos dias. O calendário se estende até o dia 28 com a perspectiva de paralisação nacional de 24h no dia 29.

Na capital Federal, a mobilização se concentrou principalmente nas agências do BB no Plano Piloto. O Sindicato realizou ato e se reuniu com funcionários na agência do Setor Bancário Sul (SBS) para explicar os perigos das medidas do banco. Já no Cruzeiro, aconteceu o lançamento do Comitê do Cruzeiro em Defesa do Banco do Brasil e de um abaixo-assinado em defesa do BB e pela permanência da agência na região.

A unidade é uma das seis agências que estão cotadas para encerrarem suas atividades no DF com a reestruturação. A iniciativa do Sindicato conta com apoio da Prefeitura Comunitária do Cruzeiro Novo, da Associação Recreativa Cultural Unidos do Cruzeiro (ARUC-DF) e da Associação Comercial do Cruzeiro (confira vídeo das atividades ao final da matéria).

Além dessas atividades, bancárias e bancários vestiram roupas pretas em ato de protesto e o Sindicato programou um faixaço nas principais vias e locais estratégicos do Distrito Federal, a fim de dar visibilidade à luta e convocar a sociedade para aderir ao movimento.

Nas redes sociais, a ampla mobilização não foi diferente. Às 11h, aconteceu tuitaço contra o desmonte do banco. A categoria, os sindicatos e todos aqueles que se contrapõem a esta nefasta medida utilizaram a hashtag #MeuBBvalemais e denunciaram os retrocessos que a reestruturação representa.

“Sem dúvidas, finalizamos o Dia Nacional de Lutas contra a reestruturação do Banco do Brasil com uma avaliação positiva das ações realizadas. Conseguimos furar a bolha e percebemos que tanto nas ações presencias, quanto na mobilização virtual, houve amplo engajamento da população, das entidades representativas, das demais categorias e, principalmente, dos funcionários. Demos nosso recado ao governo e mostramos a importância da luta em defesa do BB como instituição pública a serviço do desenvolvimento econômico e social do país, das regiões, dos municípios e das cidades” avaliou o presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília, Kleytton Morais.

Para Marianna Coelho, secretária de Assuntos Jurídicos do Sindicato e representante da FETEC-CUT/CN na Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), a mobilização é imprescindível. “Os funcionários do Banco do Brasil em Brasília se somaram aos funcionários de todo o país em unidade nacional para defender os seus direitos e o Banco do Brasil. Nossa mobilização e unidade são fundamentais para resistirmos aos ataques que o governo Federal tem investido ao BB e aos seus funcionários com o objetivo final de privatizar essa instituição bicentenária”, ressaltou.

SOBRE A REESTRUTURAÇÃO DO BB

No início do mês de janeiro, sem o devido diálogo com a categoria, o Banco do Brasil anunciou um plano de reestruturação da instituição. A proposta prevê um conjunto de medidas que visam enxugar a estrutura do BB sob a alegação de um movimento natural do mercado a fim de reduzir custos.

Entre as mudanças anunciadas está a demissão de mais de cinco mil funcionários, bem como o fechamento de 361 unidades de atendimento, sendo 112 agências, 7 escritórios e 242 postos de atendimento. Em todo o Brasil, a reestruturação do BB prevê ainda a alteração da composição das unidades. Agências serão rebaixadas para Postos de Atendimento (PA) e os PAs serão rebaixados para loja.
Esta é a segunda reestruturação no Banco do Brasil desde 2016. De lá para cá, mais de 18 mil bancários e bancárias perderam seus empregos.

O presidente do Sindicato, Kleytton Morais, alerta para os riscos dessa drástica redução. Para ele, é compreensível o movimento do banco no atual cenário, mas falta lógica na forma como este redesenho está sendo proposto. “Primeiramente é preciso destacar que é de tamanha maldade demitir, em plena pandemia, tantos trabalhadores no ápice de sua atividade laboral. Grande parte da categoria possui título de especialização e com desligamento desses profissionais sem a devida transmissão de conhecimento, o BB estará se desfazendo de sua inteligência e isso é preocupante. Além disso, o processo de reestruturação abre espaço para que a concorrência entre em nichos importantes de posicionamento de mercado que o Banco do Brasil até então detinha. O redesenho não levou em conta os impactos sobre o funcionalismo, e o papel importante da instituição secular do BB, que é ser um banco público com responsabilidade para com os acionistas e focado na inclusão da sociedade brasileira”, defendeu.

Outro ponto destacado por Morais é o reflexo negativo que a medida trará na vida de milhares de trabalhadoras e trabalhadores. A reestruturação do BB faz parte de uma política neoliberal que gerará a precarização do trabalho. “Haverá redução salarial e a diminuição das oportunidades de carreira. A medida também afetará significativamente os postos de trabalho de vigilantes, copeiras e copeiros e demais prestadores de serviços. Já demos o pontapé inicial nesta luta, agora, é manter a unidade e nos contrapor a esta reestruturação que trará prejuízos imensuráveis para todos”, concluiu.

Confira no vídeo como foi a mobilização no Cruzeiro:

Leidiane Souza
Colaboração para o Seeb Brasília