Trabalhadores da Finep fazem assembleia nesta quarta (11) para deliberar sobre ACT e PLR

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Os funcionários da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) realizam nesta quarta-feira (11), a partir das 18h, assembleia extraordinária específica online para deliberar sobre a proposta da direção da empresa referente ao Acordo Coletivo de Trabalho 2020/2022 e à Participação nos Lucros e Resultados. O Sindicato orienta a rejeição da proposta.

É muito importante a participação dos trabalhadores desta relevante empresa pública na assembleia, especialmente numa conjuntura política em que o país está diante de ataques e esvaziamento contra a pesquisa e a inovação científica.

“A participação de todos na assembleia, além de ser uma demonstração de força e mobilização, é uma excelente oportunidade de manifestar a vontade do trabalhador por meio do voto secreto e assim isento de assédios, pressões e ameaças. Repudiamos qualquer forma de assédio aos empregados buscando um resultado na assembleia diferente da vontade soberana do empregado Finep”, afirma Rafaella Gomes, diretora do Sindicato dos Bancários de Brasília.

Entrar na reunião via Zoom
https://zoom.us/j/98530662297?pwd=eW1KU000VkpVbXFKeGxaVFR0VEQ5dz09

ID da reunião: 985 3066 2297
Senha de acesso: 569864

Localizar seu número local: https://zoom.us/u/awfOSZV7C

> Para votar, acesse bancarios.votabem.com.br

Devido ao regime de teletrabalho, a votação ficará aberta de 22 desta quarta até 22h de quinta (12), para que o máximo de pessoas tenham a oportunidade de votar.

Onde fica a fronteira?

Há alguns anos somos passageiros de uma nave na qual somos submetidos, e de alguma forma concordamos, por maioria de votantes, à diminuição sistemática do nosso poder aquisitivo, da qualidade de vida da nossa família, de justiça, de respeito, de tratamento igualitário perante nossos pares das demais “naves” chamadas bancos públicos federais.

Por mais que nos esforcemos para mostrar nosso valor e nosso compromisso em manter a nave funcionando bem e no rumo para o qual qualquer comandante que mereça esse lugar deseje alcançar, a rota determinada pelo comando é um lugar inalcançável e somos tratados como aqueles que não conseguem levar o barco até o destino traçado pelo seu comandante.

O que nos separa das outras “naves” é que os seus comandantes determinam rumos alcançáveis, não sem esforço, não sem necessidade de competência, dedicação, compromisso, mas simplesmente alcançáveis.

Alguns dirão “a Finep é subordinada à SEST e tem que cumprir as metas para ter PLR”; outros dirão: “A situação fiscal não está favorável”; ou “não podemos nos comparar com nossos pares”; ou, ainda, “não chamemos atenção para nós, porque vão extinguir a empresa e perderemos o emprego”.

Os empregados do BNDES ainda estão lutando no tribunal por parte da sua pauta econômica que foi recusada pelo comando da empresa, mas o adiantamento da PLR está garantido, assim como no BB, CEF e demais bancos públicos federais, exceto a Finep.

Ora, todos esses bancos são empresas estatais, sujeitas à ação da SEST, certo? Então, o que explica recebermos o pior tratamento? Onde se localiza essa fronteira que nos separa dos outros no tratamento? Será que o corpo funcional não encontrou a forma adequada de se posicionar? Será que os gestores da empresa nas últimas décadas não desejam ter reconhecida sua competência? Será que, afinal, a SEST só existe para a Finep?

Algum outro gestor de banco público federal deixa de assumir seu assento na mesa da Fenaban? Algum outro gestor de banco público federal deixa a SEST negociar em seu nome, servindo de mero intermediário? Algum outro gestor de banco público federal submete o corpo funcional da instituição que lidera ao que somos submetidos na Finep?

Aceitar o índice de reajuste que é metade da perda oficial para o período setembro/2019 a agosto/2020 e negar uma indenização mínima para mais essa perda, na forma de um abono, é aceitável? Pensemos, com empatia, nos integrantes do quadro de nível médio, para os quais as perdas sempre são um tanto mais significativas.

Como se isso não bastasse, negam o adiantamento da PLR, argumentando a espera pelo atingimento de metas feitas para serem inatingíveis, por pessoas indicadas pelo governo da vez e que nenhum compromisso têm com a missão da Finep ou com o alcance das metas que determinam. No que o fracasso da Finep impactará a vida dessas pessoas? Serão responsabilizadas por terem produzido essas metas e não as terem alcançado? Suas carreiras ficarão marcadas por isso? Não. Nós, empregados, seremos responsabilizados e ficaremos para sentir os resultados da ação ou inação de toda a cadeia do alto comando da nave.

Inexplicável e inacreditável é a insistência na alteração da cláusula que trata do afastamento por doença daqueles que já estão aposentados, para diminuir a proteção, no momento de mais vulnerabilidade, a esse grupo que tanto contribuiu para fazer da Finep o que ouvimos sair da boca de presidentes, ministros, senadores, deputados, membros destacados do sistema de Ciência, Tecnologia e Inovação. Argumentam que as estatísticas apontam que o benefício é pouco demandado. Ora, isso quer dizer que existe custo em manter um benefício que não é usado? Não. Isso quer dizer que a política de gestão de pessoas da Finep tem como filosofia retirar benefícios, mesmo que representem custo baixo ou nenhum. O objetivo é retirar a possibilidade do benefício ser demandado, por inexistência.

Pior, mais uma vez querem inserir no texto do acordo trechos do texto de uma lei que pode cair ou ser alterada em benefício dessas pessoas, fazendo, dessa forma, com que nós, empregados, sejamos os legisladores que manterão essa lei válida, pelo menos na Finep, por dois anos.

Onde está a fronteira? Mais uma vez perguntamos. Estaremos sendo sábios ao aceitar essa condição que tentam nos impor? Estaremos nos acostumando com os maus-tratos, com a injustiça, com a perseguição, com a crueldade que nos propõem ano após ano? Como seremos vistos, por nós mesmos e pelos outros, quando olharmos em perspectiva a história dessas decisões que tomamos.

Estamos reivindicando receber mais que nossos pares? Não! Os sindicatos e a AFIN fazem seu papel, como representantes dos empregados, insistindo que a Finep reconheça nada além do conquistado pela categoria para esses itens e consignado da CCT; e que a empresa se abstenha da sua estranha política de gestão de pessoas, focada na diminuição e retirada de benefícios.

Cada um de nós tem a chance de mudar essa história, recusando essa proposta desrespeitosa, injusta, persecutória e cruel da atual gestão da empresa, insistindo no que é respeitoso, justo, adequado e bom para todos.

O legado que deixamos é medido pelas atitudes que tomamos frente aos desafios.

Pelo tratamento igualitário, humano e justo na Finep!

Da Redação com Seeb Rio