Solidários à luta dos petroleiros na defesa do patrimônio público, bancários repudiam perseguição a Deyvid Bacelar

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Se por um lado os ataques ao patrimônio público via privatizações e outras manobras, o agravamento da proteção social e da economia popular aprofundam-se sobre as diretrizes do ministro Paulo Guedes, no desgoverno Bolsonaro, do outro se coloca a resistência coletiva organizada a partir das entidades dos trabalhadores, a denunciar e mobilizar a sociedade contra os mal feitos.

Uma das lideranças dos petroleiros está sendo perseguida por convocar a categoria à mobilização em defesa da empresa pública. Deyvid Bacelar é coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e, mesmo exercendo seu mandato sindical, foi punido com suspensão de 29 dias por liderar a luta contra a venda da Refinaria Landulpho Alves (Rlam), na Bahia. Os bancários e bancárias de Brasília se solidarizam e reiteram repúdio à tentativa de intimidação do movimento sindical.

Deyvid e os petroleiros são companheiros de luta e, junto com a categoria bancária, engrossam o coro contra o ataque privatista do governo federal ao patrimônio do povo brasileiro. No ano passado, o dirigente sindical participou de duas atividades convocadas pelo Sindicato para reforçar a luta em defesa das empresas públicas. No 7 de setembro por soberania e em defesa do povo e das empresas estatais, Deyvid Bacelar se somou à manifestação online; em 22 de setembro, o sindicalista integrou o debate sobre as ameaças, pandemia e negociações coletivas.

Presidente do Sindicato, Kleytton Morais explica que “a luta contra as privatizações, da destruição e entrega do patrimônio público na bacia das almas dos negócios tem sido objeto da luta conjunta e diária das categorias bancária, na promoção da defesa dos bancos públicos, e dos petroleiros em defesa da Petrobrás. Não podem e nem irão amordaçar o movimento sindical por denunciar as grandes negociatas como a empreendida pelo ex-Presidente demitido da Petrobras, Castello Branco, ao vender as subsidiárias da petroleira em plena pandemia, a preço de banana, por metade de seu valor de mercado”.

Kleytton lembra ainda que os trabalhadores estão “sempre atentos a estas movimentações e articularemos todos os esforços necessários para denunciá-las e barrá-las”.

Os bancos públicos também estão sob constante ameaça de privatização. “No caso do Banco do Brasil, a luta contra a tentativa de entrega e desnacionalização da BBDTVM e outros ativos, objeto de desejo das recentes administrações do BB indicadas pelo governo Bolsonaro/Guedes.Também, em relação à liquidação de ativos da Caixa Econômica Federal, do próprio BRB, em transações com o BTG Pactual e outros sócios”, completa Kleytton.

Perseguição a trabalhadores da base

Além da tentativa de silenciar a luta, punindo injustamente o dirigente da FUP, a direção da Refinaria Landulpho Alves pratica até formas grotescas de perseguição aos trabalhadores da base. O gerente geral (GG) da refinaria chamou a atenção de um trabalhador porque ele estava usando uma máscara de proteção contra a Covid-19, confeccionada pelo Sindipetro Bahia. O gerente alegou que “o uso da máscara fere o código de ética da empresa, por ser propaganda política”. Este gerente, conhecido por perseguir trabalhadores da Petrobras e terceirizados, ignora que o trabalhador tem o direito de usar a logomarca do seu sindicato, onde também consta a frase “privatizar faz mal ao Brasil”, utilizada há mais de 20 anos pelo movimento petroleiro. Nunca houve antes qualquer tipo de censura pelo uso de logomarca do sindicato ou slogans de campanha.

O Sindipetro Bahia está denunciando o fato ao Ministério Público do Trabalho para inquérito civil, independente de ações próprias na Justiça do Trabalho, inclusive com pedidos de condenação direcionados à pessoa do gestor que praticou tal ato ilícito.

Da Redação com informações da Contraf-CUT