Sindicato vai para porta dos bancos denunciar a MP 905 e mobilizar a categoria

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O Sindicato realizou na manhã desta quinta-feira (21) atos em unidades do Banco do Brasil, da Caixa e do BRB, para denunciar a MP 905/2019 e convocar os bancários e bancárias a se mobilizarem em defesa da jornada de 6h, do descanso remunerado aos sábados e domingos, da PLR negociada coletivamente e de todos direitos consagrados pela Convenção Coletiva Nacional (CCT) da categoria. 

Os protestos no Edifício Banco do Brasil, no Matriz III da Caixa e no Edifício Brasília do BRB ocorreram em sintonia com as ações do Dia Nacional de Luta convocado pelo Comando Nacional dos Bancários e terão sequência com atividades nos locais de trabalho, em bancos públicos e privados. 

Seguindo orientação da plenária de bancários de bancos públicos e privados realizada na noite de terça-feira (19), na Praça do Cebolão, serão organizados comitês nos locais de trabalho, liderados pelos delegados e delegadas sindicais, para promover discussões acerca dos ataques aos direitos dos trabalhadores e ampliar a mobilização pela derrubada da MP no Congresso Nacional. 

Atuação junto ao parlamento
No âmbito do parlamento, o Sindicato atua articuladamente com outras representações dos trabalhadores em abordagens a deputados e senadores, seja em seus gabinetes, para contatos individuais, ou em espaços de discussão coletiva, caso das comissões e das sub-comissões, entre outros. O objetivo é realizar audiência pública na Câmara dos Deputados para tratar da MP 905 e seus prejuízos. 

Nas manifestações desta quinta, o Sindicato orientou os bancários e bancárias a cobrarem dos deputados e senadores eleitos pelo DF posição pela garantia dos direitos dos trabalhadores, de forma a que a “MP dos absurdos” seja derrubada. A sugestão é para que enviem mensagens eletrônicas aos congressistas e, quando possível, realizem abordagens pessoais. 

“Temos que atuar fortemente nessas duas frentes, na resistência à implementação da MP pelos bancos, com a mobilização da categoria por meio de reuniões nos locais de trabalho, plenárias, assembleias e protestos como esse de hoje, e na pressão aos parlamentares pela derrubada dessa medida tramada pelos banqueiros com o governo”, disse o presidente do Sindicato, Kleytton Morais, durante o ato em frente do prédio do BB.

Jornada maior e nenhum adicional
Os dirigentes sindicais esclareceram durante as manifestações do Dia Nacional de Luta que o aumento da jornada de trabalho do bancário não virá acompanhado de remuneração adicional. “Trabalharemos 14 horas a mais e não ganharemos um centavo por isso, o que resulta, segundo o Dieese, em uma perda salarial de 46%”, lembrou o empregado da Caixa e diretor de Relações com a Comunidade do Sindicato, Antonio Abdan. 

E esse não seria o único prejuízo aos bancários e bancárias. Entre tantos outros, foram destacadas nas intervenções das lideranças sindicais nas portas dos bancos o desgaste à saúde física e mental e a redução do tempo para convivência familiar.

No plano geral dos ataques aos direitos dos trabalhadores, a avaliação é de que a MP 905 veio para dificultar as condições de trabalho, tornar a fiscalização mais precária, responsabilizar menos as empresas por acidentes de trabalho e tensionar para que, no futuro, qualquer trabalhador se sujeite à carteira de trabalho Verde e Amarela, sendo obrigado a abrir mão de direitos, do FGTS e da contribuição para a Previdência.

“E que ninguém se engane, a precarização do trabalho terá consequência, a curtíssimo prazo, para quem já está trabalhando nos bancos. E da pior forma possível, com a perda do emprego, porque os bancos logo tratarão de substituir os atuais bancários e bancárias por outros com salário menor e com menos direitos”, salientou o secretário de Assuntos Parlamentares do Sindicato, Ronaldo Lustosa, funcionário do BRB.

Nova plenária
O Sindicato realizará nova plenária em 27 de novembro, um dia após reunião do Comando Nacional dos Bancários com a Fenaban.

Por indicação da plenária anterior, os bancários propõem ainda a realização de uma plenária via Central Única dos Trabalhadores (CUT), com a participação de representantes dos trabalhadores de outras categorias e de movimentos sociais.

Evando Peixoto
Colaboração para o Seeb Brasília