Pelo fim da reestruturação que está fechando agências, cortando postos de trabalho e sobrecarregando e adoecendo os bancários. Foi com esse objetivo que o Sindicato mobilizou os bancários do Bradesco nesta quarta-feira (3), em mais um Dia Nacional de Luta.
Em Brasília, a mobilização, que faz parte da Campanha Nacional 2024, que tem como um dos eixos a defesa do emprego, foi marcada pelo fechamento da agência da 504 Sul, no Plano Piloto, que recebeu o “Portal do Inferno”, uma forma de protesto do Sindicato para denunciar a dura realidade enfrentada pelos trabalhadores.
“Além de resultar em corte de trabalhadores pais e mães de família – somente de janeiro a maio foram 35 demissões no DF, o fechamento de unidades prejudica diretamente o cliente, que vai ficar sem atendimento na ponta. É uma grande injustiça que afeta a todos, mas que o banco chama de reestruturação”, ressalta o diretor do Sindicato e bancário do Bradesco Raimundo Dantas.
Com medo da demissão, muitos bancários trabalham mesmo doentes, com remédio tarja preta e atestado médico na gaveta. “Há caso de bancário que nunca pega atestado acima de 14 dias, porque no 15º dia ele é afastado do INSS, então fica com medo de ser demitido. Ontem mesmo um companheiro foi desligado por causa desta situação: estava de atestado e quando voltou o banco demitiu”, denuncia José Garcia, bancário do Bradesco e diretor da Federação Centro Norte (Fetec-CUT/CN), complementando que “muitos dos funcionários demitidos estão em período pré-aposentadoria, tem mais de 35 anos de banco, mas batem metas e estão em plena produção”.
No ano passado, o Bradesco registrou lucro líquido recorrente de mais R$ 16 bilhões. Só no primeiro trimestre do ano, o montante chegou a R$ 4,211 bilhões. Por outro lado, fechou 2.159 postos de trabalho em 12 meses e encerrou as atividades de 169 agências, 173 postos de atendimento e 77 unidades de negócios país afora.
“Entra ano e sai ano, o Bradesco lucra cada vez mais. Mas pasmem: se uma agência tem dez funcionários e cinco são demitidos, os outros cinco trabalham pelos que foram embora. Não bastasse isso, o banco ainda aumenta as metas, pratica assédio moral, causando adoecimento. Essa é a política do Bradesco”, afirma José Garcia.
Da Redação