O plano de desestruturação do Banco do Brasil anunciado no início da semana pela direção do banco, sob verniz de reestruturação, gerou forte reação entre os trabalhadores, no Congresso e na sociedade, criando a expectativa de uma onda de manifestações pelo país.
Nesta quinta-feira (14), o alvo dos protestos convocados pelo Sindicato foi o Palácio do Planalto, onde o ministro banqueiro Paulo Guedes busca e obtém facilmente aval para seus ataques às instituições financeiras públicas, às estatais em geral e ao povo brasileiro. A manifestação aconteceu entre 17h e 18h30, com sistema de som, faixas e cartazes expondo a denúncia de desmonte do BB à sociedade.
O presidente do Sindicato, Kleytton Morais, lembrou em frente ao Palácio que a direção do Banco do Brasil anunciou na segunda-feira um programa de desestruturação do banco, com impacto em mais de 870 pontos de atendimento, fechamento de agências e postos de trabalho podendo reduzir em até cinco mil o número de funcionários. O plano ainda atinge em cheio a renda dos funcionários com os descomissionamentos e fim da atividade de caixa executivo. Frisou ainda que o banco está fechando agências em todo o país, de norte a sul, sobretudo nas regiões desassistidas por outras instituições financeiras, o que fará com que grande parcela da população fique sem nenhum acesso a serviços e atendimento bancário. “Se Bolsonaro ficou mesmo surpreso com as medidas anunciadas pela direção do BB, agora está sabendo o quanto são perversas. Que Bolsonaro então cancele essa desestruturação do Banco do Brasil”, cobrou o dirigente.
Ao tomar conhecimento das medidas, o Sindicato entrou imediatamente em movimento buscando erguer a mais ampla e forte resistência ao desmonte do banco, que significa também a extinção de milhares de empregos e de direitos dos bancários e bancárias. “A nossa mobilização busca envolver todos os trabalhadores de estatais, congressistas, partidos políticos, movimentos sociais e população na defesa do Banco do Brasil e das demais empresas públicas ameaçadas pela sanha privatista de Bolsonaro e Paulo Guedes”, diz Wadson Boaventura, secretário de Saúde e Condições de Trabalho da Fetec Centro-Norte.
Dia nacional de luta
As representações dos funcionários do Banco do Brasil – Comissão de Empresa, Contraf-CUT, federações e sindicatos – convocaram para esta sexta-feira (15) um dia nacional de luta contra a desestruturação do Banco do Brasil. Estão programadas reuniões nas agências para discussão dos impactos negativos do plano.
Os trabalhadores foram orientados a vestir roupas pretas para manifestar sua indignação. Às 11h haverá também um tuitaço contra o plano da direção do banco com a hashtag #MeuBBValeMais.
Evando Peixoto
Colaboração para o Seeb Brasília
