Sindicato fecha agências do Bradesco da 504 Sul, em Dia Nacional de Luta pela valorização dos funcionários e contra as demissões

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O Sindicato fechou as duas agências do Bradesco da 504 Sul, nesta terça-feira (23), das 8h às 10h, para os funcionários, e das 9h às 11h, para atendimento ao público, em protesto contra a falta de compromisso do banco com os bancários, em plena pandemia de covid-19. A atividade fez parte do Dia Nacional de Luta pela valorização dos trabalhadores do banco.

“Em mais um Dia Nacional de Luta, estamos nas agências do Bradesco para exigir respeito, exigir que o banco cumpra com o acordado com o movimento sindical de não demitir sem justo motivo. O Bradesco se aproveitou dessa pandemia para colocar em prática um plano de reestruturação e de reorganização que demite os trabalhadores e, mais uma vez, penaliza aqueles e aquelas que ele não admite no seu interior, que é o respeito à diversidade da população brasileira”, destacou Kleytton Morais, presidente do Sindicato.

E acrescentou: “Por isso, queremos dialogar com a população, sobretudo chamar a atenção do Bradesco e denunciar porque, infelizmente, os bancos não respeitam o processo negocial, sobrando para os trabalhadores e trabalhadoras mais uma vez expor a imagem das instituições, o que ainda é algo sensível para o banco”.

“Os diretores do Sindicato e da Fetec-CUT/CN estão paralisando as atividades nas agências do Bradesco, no intuito de mostrar a insatisfação que os seus funcionários vêm tendo ao longo deste ano. Diante de um cenário de muitas demissões, foi necessário tomar essa atitude pela manutenção do emprego dos bancários e bancárias”, esclareceu Paulo Frazão, diretor do Sindicato.

Também bancário do Bradesco, Frazão pontuou que este ano já foram fechadas 1.088 agências do banco em todo o país e demitidos 8.547 funcionários. Segundo ele, o banco vem descumprindo a promessa de não demitir durante a pandemia de covid-19. “Mas o Sindicato segue na luta em defesa dos trabalhadores”, assegurou.

Raimundo Dantas, diretor do Sindicato, observou que todos esses transtornos com desligamentos e falta de respeito do Bradesco recaem sobre os pais de famílias que são atingidos pelo desemprego, que ocorre no dia a dia. “O Bradesco, sem nenhuma responsabilidade social com os seus funcionários, continua demitindo e fechando agências. A segurança bancária também é outro problema, porque o banco vem transformando as agências em unidades de negócios com a retirada de vigilantes, causando grandes transtornos aos funcionários e à clientela, que ficam sem proteção”, endossou o diretor, que é bancário da instituição.

“É uma vergonha o que o Bradesco vem fazendo com os seus funcionários desde o início da pandemia. O banco não tem dó dos trabalhadores, só vem aumentando o número de demissões, de assédio moral, de afastamentos por problemas de saúde mental. Que vergonha, Bradesco”, enfatizou a diretora do Sindicato e funcionária do Bradesco Raissa Fraga.

#QueVergonhaBradesco

Durante a atividade, o Sindicato distribuiu panfletos para que a população fique ciente da dura realidade vivenciada pelos trabalhadores do Bradesco. Neles, são esclarecidos temas como retrocesso, metas abusivas, assédio moral, demissões, fechamentos de agências e segurança.

Por exemplo, se o banco acumula recordes de lucros, é por reflexo do trabalho dos seus funcionários. No entanto, em troca, eles recebem assédio, desrespeito e falta de segurança. Na propaganda, o Bradesco diz “abra-se para o futuro”, mas na realidade entrega retrocessos.

O segredo do Bradesco para lucrar tanto, mesmo em um ano de pandemia, é colocar metas abusivas em seus funcionários. O sofrimento físico e mental dos bancários está nas alturas. Trocar saúde por lucro é justo?

Só no primeiro trimestre de 2021, o Bradesco lucrou 73,6% a mais em relação ao mesmo período de 2020. Neste mesmo período, demitiu 8.547 bancários. Muita gente que trabalhou para atingir este objetivo, hoje está desempregado. Qual o futuro que o eles querem que seja aberto?

Imagine trabalhar com volumes grandes de dinheiro sem ter um vigilante e uma porta detectora de metais. Essa é a realidade das unidades de negócio que o Bradesco está abrindo para substituir as agências. Perigo de vida para bancários e clientes.

Ser desrespeitado no ambiente de trabalho? Pressão emocional e financeira para resultados? Ouvir absurdos e ter que se calar para manter o emprego? A vida no Bradesco proporciona tudo isso.

Mariluce Fernandes
Do Seeb Brasília