O Sindicato dos Bancários de Brasília oficiou o Tribunal de Contas do DF (TCDF) solicitando a suspensão do “follow-on” do BRB, cujo início de vendas de ações para o público geral inicia-se nesta quarta-feira (19).
A solicitação aponta como elemento para a suspensão a não divulgação pelo banco dos fundamentos que justificam a medida até em face do vulto da mesma, que pode levar o GDF, acionista controlador do banco, a perder mais de 20% de participação no capital do BRB, diminuição enorme de um ativo que pertence à sociedade do DF, cujos representantes na CLDF sequer foram ouvidos. Sem contar a não divulgação pelo BRB do que se pretende com o volume de recursos que se originar da venda das ações.
Outro elemento importante apontado na solicitação apresentada pelo Sindicato refere-se ao recente rebaixamento das notas de risco do BRB feita pela agência de risco Fitch Ratings. A agência é uma das maiores do mundo e referência no setor financeiro, o que pode impactar sobremaneira o valor buscado com a medida, fazendo-o frustrar-se, inclusive embutindo a possibilidade de que apareçam ofertas de preço por ações abaixo do valor estipulado como mínimo pelo banco, evidenciando o momento inoportuno da medida.
“Em voto apresentado na assembleia de acionistas apontando pela rejeição das contas dos administradores do BRB referentes ao ano de 2023, o diretor do Sindicato Ronaldo Lustosa e o ex-diretor Antonio Eustáquio mostraram a fragilidade da composição de capital do banco, fruto da gestão problemática do BRB. Ato contínuo, e sem sequer responder aos questionamentos apresentados no voto, a diretoria decide pelo ‘follow-on’, em um momento inoportuno, sem mostrar o porquê da venda das ações e o que fará com os recursos que advierem, deixando transparecer que a medida foi uma forma atabalhoada de tentar mostrar alguma ação face ao risco de desenquadramento do capital principal, conforme ficou explicitado no voto desses acionistas”, comenta Eduardo Araújo, presidente do Sindicato.
“Cabe ressaltar também que, no mesmo voto, Ronaldo Lustosa e Antonio Eustáquio votaram pela distribuição de dividendos restrita ao mínimo determinado por lei (25%), contrário à proposição do banco, que trazia proposta de distribuição muito mais elevada e que foi aprovada com o voto do controlador. É importante deixar claro que a retenção de lucro é medida das mais apropriadas para elevar o capital principal das instituições financeiras e se constitui na principal medida adotada por outros bancos, que, aliás, apresentam capital principal muito superior ao que o BRB possui”, complementa Ivan Amarante, diretor do Sindicato.
O Sindicato solicita ao TCDF, órgão auxiliar do legislativo e de controle das ações do GDF e suas empresas, que, no papel de zelador do patrimônio da sociedade do DF, tome atitudes que evitem o possível dano ao patrimônio do BRB que representa esta venda de ações e suspenda a atual medida até que, no mínimo, o assunto seja debatido pelos representantes da sociedade na CLDF, e a diretoria dê publicidade quanto aos motivos que a levaram a tomar a medida e o que pretende fazer com os recursos que vierem desta possível venda de ações.
Da Redação