As negociações de data-base entre o Sindicato e o BRB têm sido marcadas por uma postura intransigente e desrespeitosa por parte do banco. Desde o início das negociações, em 11 de julho, o BRB tem demonstrado uma clara falta de disposição para atender as reivindicações dos trabalhadores, desconsiderando quase que completamente a pauta apresentada pelo Sindicato.
O banco, numa forma de contornar as demandas dos trabalhadores, fez de maneira tímida e genérica uma proposta para questões sensíveis, como as pautas de mulheres, LGBTQIAPN+, negros e PCDs, de uma cláusula reativa, focada no depois do acontecimento em vez de em medidas preventivas e de conscientização.
Além disso, não acatou a reivindicação dos trabalhadores de que o banco arcasse com os custos de cursos necessários à carreira bancária, independentemente das pessoas assumirem algum cargo, mas como uma medida que ajudaria os empregados a se prepararem com antecedência para os processos e seus pré-requisitos. Com isso, o banco limitou o crescimento profissional dos bancários, ao condicionar o ressarcimento de certificações à assunção de novas funções, obrigando-os a arcarem com os custos de preparação do próprio bolso.
Ao longo das negociações, o BRB não apenas desconsiderou a pauta dos trabalhadores, mas também iniciou um processo de revisão de todas as cláusulas do acordo coletivo. Ao revisitar cada cláusula e decidir unilateralmente se a manteria ou não, o banco desrespeitou o histórico de conquistas dos trabalhadores, minando a confiança no processo negocial.
No que tange à Participação nos Lucros e Resultados (PLR), apresentou propostas rebaixadas, gastando o tempo da categoria para, ao final, apesar do avanço no aumento de faixas de distribuição, propor uma distribuição que inclui o termo recorrente na definição de lucro, que nos últimos anos teria tirado de cada trabalhador R$ 26.000,00, além de que essa manobra pode trazer outras perdas aos trabalhadores no futuro próximo, como a recente venda da Financeira BRB ou a possível parceria na loteria distrital, que não refletirá na PLR dos bancários.
O BRB tem divulgado informações que distorcem a realidade das negociações, enfatizando ganhos negociados em nível nacional e conquistas históricas já existentes como se fossem coisas novas, resultados do atual processo negocial. Além disso, busca fragilizar a demanda dos bancários por direitos na justiça, limitando a entrada de ações coletivas pelo Sindicato sem prévia negociação.
Essa postura revela uma gestão baseada no medo, ameaçando retirar direitos adquiridos, como a incorporação administrativa, para pressionar os trabalhadores. Cabe salientar que, sobre a incorporação administrativa, outros bancos, de abrangência regional e nacional, como a Caixa Econômica, adotaram-na em seu ACT específico, de forma que cai, por terra, qualquer argumentação de dificuldades jurídicas para manutenção desse importante direito dos bancários do BRB.
Convocação para plenária
Diante desse cenário, o Sindicato reafirma a necessidade de continuar as negociações, entendendo que ainda há espaço para avanços. Para esclarecer e mobilizar os trabalhadores, o Sindicato convoca todos os empregados do BRB para uma plenária virtual hoje, às 19h.
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Da Redação