O Sindicato e o Comando Nacional dos Bancários cobraram da Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), nesta terça-feira (12), durante mais uma reunião por videoconferência, que os bancos realizem testagem para a Covid-19 na categoria, mantenham o compromisso de que todas as medidas relativas à proteção e ao direito dos bancários sejam tratadas em mesa, negociadas e implementadas a partir de acordos, e que cumpram os protocolos de prevenção, com vistas à proteção de saúde dos trabalhadores, bem como de clientes e usuários do sistema bancário.
O presidente do Sindicato, Kleytton Morais, que representa os bancários de Brasília nas negociações com os bancos, destaca que, no início da reunião, foi prestada solidariedade aos familiares e vítimas desta enorme tragédia, a Covid-19. “Nos solidarizamos com o sentimento de perda e sofrimento das famílias e reforçamos o compromisso na luta em defesa da vida e da saúde de todos”, disse o dirigente sindical.
Sobre o primeiro ponto a ser debatido, a reivindicação da testagem, a Fenaban informou que os cinco maiores bancos estão implementando o chamado “atendimento telemedicina”, que consiste em “prestar atendimento rápido aos bancários que estejam sob suspeita ou que tenham sido testados como positivo”.
Assim, o procedimento a ser adotado em caso de suspeita, segundo a Fenaban, se dará a partir da avaliação e orientação médica, individualizada e considerando sintomas e histórico médico do funcionário para encaminhamento à testagem.
Pelo modelo, o próprio serviço de telemedicina encaminha a receita ou solicita para que o bancário se direcione ao convênio respectivo, que orientará comparecimento ao consultório ou clínica, para realização da testagem. Os testes serão pagos pelo plano de saúde. Quanto à testagem dos familiares e dependentes, a Fenaban se compromete a estudar a demanda e dará retorno.
“Reforçamos insistentemente a importância da testagem da categoria, porque este procedimento é determinante no planejamento para enfrentamento da pandemia. É uma recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), que combina a testagem com o isolamento social, medidas importantes para proteger a população da pandemia”, alerta o presidente do Sindicato.
Nesse sentido, os representantes dos bancários reafirmaram o respeito aos protocolos enquanto medidas preventivas e de controle dos ambientes de trabalho, com os quais os bancos precisam ter o respeito relativo aos acúmulos e aprendizagens possibilitados a partir de debates com os representantes dos bancários.
Esta preocupação se deve ao fato da adoção unilateral por parte de alguns bancos de descontinuidade dos protocolos de saúde. A postura dos bancos com relação à sanitização de agências, com mudanças do procedimento e até pela falta de transparência aos bancários, quando não informam o porquê do motivo da sanitização do ambiente, gera uma enorme insegurança entre os trabalhadores.
A Fenaban afirmou que alguns bancos passaram a utilizar os mesmos procedimentos de sanitização de hospitais e isso possibilitou a alteração de alguns protocolos, como, por exemplo, permitir a reabertura de agência mais rapidamente. Disse também que alguns gestores estão realizando os procedimentos de sanitização como medida preventiva. Por fim, comprometeram-se com que os bancos implantem protocolos de sanitização mais eficientes, certificados e garantidos pela Anvisa e por órgãos internacionais.
“Destacamos bastante a cobrança aos bancos da adoção e manutenção de protocolo com o compromisso para que todas as medidas relativas à proteção e ao direito dos bancários sejam tratadas em mesa, negociadas e implementadas a partir de acordos. Isso, seguramente, evitará erros que poderão significar prejuízo à saúde ou mesmo o incorrigível risco à vida das pessoas”, alerta Kleytton.
Santander
Na reunião, o Sindicato também questionou a mudança de protocolo de alguns bancos, principalmente do Santander, para isolamento e afastamento de funcionários de locais de trabalho onde foram constatados casos confirmados e suspeitos de Covid-19, sem negociação nem comunicação ao movimento sindical. Alguns gestores não estão afastando os funcionários das agências onde houve casos confirmados e nem o isolamento preventivo em casos de suspeita.
Reunião da diretoria do Sindicato
Logo após a reunião da Fenaban, a diretoria do Sindicato se reuniu, também por videoconferência, para tratar dos desdobramentos da negociação. De encaminhamentos, cujo objetivo é ampliar a adoção de medidas por parte dos bancos para combater a Covid-19, saíram:
• Buscar mediação junto ao Ministério Público com vistas a promover negociação entre Sindicato, bancos e GDF;
• Solicitar reunião imediata com as áreas de gestão de pessoas dos bancos;
• Buscar mediação com o GDF, de maneira a implementar o comitê de combate à Covid-19;
• Elaborar e veicular campanha de publicidade com vistas a denunciar a quebra de acordo por parte dos bancos, e a negligência na elaboração de um plano de atendimento que resguarde a saúde dos usuários, clientes e funcionários, por exemplo.
Da Redação com informações da Contraf-CUT