Sindicato cobra do BB fim da terceirização na Dirao e da pressão por metas na GDP

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CEDOC2-16072013

Os sindicatos, incluindo o de Brasília, participaram da negociação com o Banco do Brasil sobre a reestruturação da Diretoria de Reestruturação de Ativos Operacionais (Dirao)/Gerat e a nova Gestão de Desenvolvimento de Competências (GDP), nesta terça-feira (16), em Brasília. Representantes da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), das federações e do Sindicato dos Bancários de Brasília cobraram do banco o fim da terceirização na Dirao e das metas abusivas, que agora serão cobradas individualmente pela GDP (sistema de avaliação funcional).

A Comissão de Empresa dos Funcionários do BB protestou contra a política do banco de estimular o acirramento do clima de competitividade e o estresse, na medida em que existe possibilidade de cobrança individual de metas no sistema de avaliação GDP. Além disso, os representantes dos trabalhadores criticaram o caráter subjetivo de vários itens do sistema de avaliação, dando margem à injustiças e perseguições.

“Desde o ano passado, estamos denunciando a tentativa da empresa de individualizar cada vez mais os mecanismos internos de controle e remuneração, destruindo o caráter cooperativo que existe entre os trabalhadores”, lembrou Carlos Eduardo, representante do Sindicato dos Bancários do Ceará e da Federação do Nordeste na Comissão de Empresa.

“Entendemos que o BB não pode implementar novo modelo de GDP antes de negociar com os sindicatos, uma vez que tal medida poderá acarretar prejuízos para os trabalhadores. A GDP está presente no acordo coletivo e, por isso, não deveria ser alterada unilateralmente”, afirmou Ana Smolka, representante do Sindicato dos Bancários Curitiba e da Federação do Paraná na Comissão de Empresa.

“Somos contrários à inserção de cobrança individual de metas na avaliação do trabalhador e atuaremos contra essa violência”, destacou Rafael Zanon, diretor do Sindicato dos Bancários de Brasília e representante das regiões Centro-Norte na Comissão de Empresa dos Funcionários do BB.

A nova GDP terá a inclusão da avaliação de desempenho baseada em cumprimento de metas individuais e com pontuação de 0 a 7 pontos, sendo que as notas 1, 2 e 7 deverão ser necessariamente justificadas. Esse novo modelo terá dois módulos: competências e metas, com pesos diferentes, de acordo com a função exercida. Quanto mais alta a função, maior o peso do módulo metas, que será dividido em meta geral do BB (retorno do patrimônio líquido), meta da dependência e meta individual.

Privatização: BB aumenta terceirização com reestruturação na Dirao

O BB anunciou que a Diretoria de Reestruturação de Ativos (Dirao), que executa a cobrança da inadimplência no BB, está em processo de reestruturação, com centralização, segmentação e especialização de serviços. Resumindo: fechamento de unidades, diminuição do número de funcionários e terceirização.
Em todo o país, são 971 funcionários na diretoria, e após a reestruturação, ficarão 839 pessoas. Os serviços quase triplicaram. Várias atividades desenvolvidas por bancários serão repassadas para terceirizados.

“Está mais que claro que a diretoria do banco está comprometida com a terceirização, que reduz custos e precariza as condições de trabalho. Os serviços que eram realizados por funcionários nas antigas Gerats (Gerências de Reestruturação de Ativos) agora estão sendo repassados para empresas privadas”, salientou Rafael Zanon.

Representantes dos trabalhadores frisaram que o volume do serviço aumentou e que novos funcionários devem ser contratados, em vez de substituir os funcionários por terceirizados. Denúncias de problemas no serviço de empresas terceirizadas também foram levantadas pelos representantes dos trabalhadores.
O BB insiste em terceirizar uma atividade-fim, que é a cobrança de dívidas, agindo claramente contra a legislação, precarizando o serviço, prejudicando funcionários e clientes. A privatização é a meta da direção do BB”, afirmou Ana Smolka, diretora do Sindicato dos Bancários de Curitiba.

Confira, abaixo, as principais reivindicações apresentadas na negociação sobre o assunto:

  • Fim da terceirização dos serviços da Dirao;
  • Aumento do número de funcionários da Dirao;
  • Garantia de alocação dos funcionários na mesma praça e com a mesma remuneração.

BB persegue assessores juniores de unidades estratégicas

Durante a negociação, o banco retornou algumas reivindicações cobradas durante a reunião realizada em junho com os dirigentes sindicais. Sobre a reivindicação de nomeação de todos os assessores juniores remanescentes nas vagas de pleno, o BB disse que não atenderá essa reivindicação, confirmando sua perseguição a esse grupamento. Na próxima semana, o Sindicato convocará reunião de mobilização com os funcionários que se encontram nessa situação.
A empresa afirmou que está avaliando as sugestões de alteração na instrução normativa (IN) 383, que trata sobre o controle disciplinar.

Os sindicatos, incluindo o de Brasília, cobraram também mais agilidade no processo de contratação dos aprovados no último concurso, uma vez que faltam funcionários em várias dependências. O BB não se pronunciou sobre o tema, levando os bancários a realizarem mais manifestações ao redor do Brasil, como as que aconteceram em Brasília nos últimos meses.

Após a demanda da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, a instituição financeira também informou que terá uma mesa de negociação específica para tratar dos problemas nas Plataformas de Suporte Operacional (PSOs).

Thaís Rohrer
Do Seeb Brasília