Em fato relevante publicado no último dia 17, o BRB informou a conclusão das tratativas com a empresa Wiz Soluções e Corretagem de Seguros S.A, que resultará na criação de uma nova companhia (“joint venture”) para administrar a exploração do balcão do banco para a venda de produtos de seguridade (seguros, capitalização, consórcio, previdência etc.) na rede de agências do BRB por um prazo de 20 anos.
Segundo o fato relevante, o BRB deterá 49,9% das ações desta nova companhia, e a WIZ 50,1%, tornando-se esta a controladora da empresa. O banco afirma ainda que terá um aporte de aproximadamente R$ 585 milhões até 2026, sendo R$ 300 milhões à vista.
O Sindicato está buscando junto ao banco esclarecimentos sobre o negócio, pois há questões que precisam ficar claras quanto a esta transação, especialmente quanto ao futuro da atual Corretora de Seguros BRB e seus empregados. Em informações preliminares, o banco disse que a atual Corretora BRB continuará existindo e seus empregados transferirão a “expertise” para esta nova companhia, até que esta venha a ser efetivamente operacional. Afirmou ainda que haverá o aproveitamento do quadro da Corretora BRB, o que traz certo alívio. Porém, não fixou quantitativo e nem respondeu sobre se a Corretora será ou não extinta.
O Sindicato cobra que o banco esclareça todos os pontos do negócio para o conjunto de seus empregados, e também para os empregados da Corretora, que estão passando por grande angústia, e, embora não sejam formalmente bancários, o futuro deles interessa ao Sindicato dos Bancários. “Sobre isto, buscaremos sinergia com o Sindicato dos Securitários, que legalmente representa aqueles trabalhadores, na busca de medidas que os protejam, especialmente seus empregos”, comenta Edson Ivo, diretor do Sindicato.
“O Sindicato cobra ainda da Associação dos Empregados do BRB (AEBRB) que se manifeste, pois, embora esteja em curso a transferência da participação acionário da AEBRB na Cartão e Corretora para ações do BRB, a Associação ainda mantém uma diretoria na Corretora, ocupada pelo diretor Luciano Henn, e também quatro conselheiros nos conselhos de administração e fiscal. O Sindicato cobra da AEBRB que se posicione de forma intransigente na defesa dos empregados da Corretora”, enfatiza Ronaldo Lustosa, diretor do Sindicato.
Quanto ao mérito do negócio, o Sindicato solicitará avaliação da assessoria jurídica Advocacia Garcez, especializada na defesa de empresas públicas e seus trabalhadores, sobre o modelo adotado, pois acredita que, mesmo de forma tangencial, está havendo uma privatização da exploração do balcão do BRB.
Em breve o Sindicato trará mais detalhes sobre os desdobramentos deste negócio.
Da Redação
