Setor bancário elimina mais de 9 mil postos de trabalho em 12 meses, aponta Dieese

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A Pesquisa do Emprego Bancário feita em outubro pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) revela que, no acumulado de 12 meses, o setor bancário eliminou mais de 9 mil postos de trabalho. A perda só não foi mais acentuada em razão dos saldos positivos nas contratações desde abril deste ano, o que garantiu um total de 1.448 novos postos de janeiro a agosto.

As contratações foram motivadas, sobretudo, por decisão judicial favorável à contratação de trabalhadores aprovados no concurso de 2014 na Caixa Econômica Federal e pela ampliação de postos de trabalho não ligados diretamente aos serviços bancários, como o de profissionais de TI.

Ainda baseado no Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), o levantamento mostra que o emprego formal no Brasil apresentou crescimento em agosto de 2021, registrando saldo de 372.265 postos de trabalho. No acumulado do ano (janeiro a agosto), o saldo positivo foi de mais 2,2 milhões de novas vagas de emprego, e no acumulado dos últimos 12 meses houve a criação de 3,2 milhões de postos de trabalho formais.

Desemprego

A pesquisa do Dieese destaca também que o último trimestre móvel da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), encerrado em julho de 2021, incorporando números do emprego formal e informal, aponta uma taxa de desocupação estimada em 13,8% da população brasileira.

O contingente de pessoas desocupadas é de, aproximadamente, 14,1 milhões e, no período, existiam 31,7 milhões de pessoas subutilizadas no mercado de trabalho (pessoas desocupadas, subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas e na força de trabalho potencial em relação à força de trabalho ampliada).

Redução da renda

Segundo a PNAD, o rendimento real do trabalhador caiu 2,9% frente ao trimestre anterior e 8,8% frente a igual período de 2020. O salário médio de admissão em agosto de 2021 foi de R$ 1.792,07. Em comparação com o mês anterior, houve redução real de R$25,78, -1,42%, e comparado ao mesmo mês de 2020, a redução real, descontada a inflação, foi de R$ 113,39, ou 6,0% menor.

Ganho real para os bancários

Com unidade, mobilização e luta ao longo dos últimos anos, a categoria bancária assegurou em Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) sucessivos reajustes salariais acima da inflação. Fruto do último acordo, firmado em 2020, com validade de dois anos, os salários dos bancários e bancárias foram reajustados na data-base de 1º de setembro em 10,97%, correspondendo ao INPC/IBGE acumulado em 12 meses (10,42%), mais 0,50% de ganho real. A categoria acumula ganho real de 43,56% sobre o piso salarial ao longo dos últimos 17 anos.

Em agosto deste ano, o salário real médio na categoria bancária foi três vezes maior do que o salário médio real geral do trabalhador brasileiro formal. O salário mensal médio de um bancário admitido em agosto foi de R$ 5.177,95, enquanto o do desligado foi de R$ 5.442,42.

Confira a integra da Pesquisa do Emprego Bancário feita pelo Dieese (passe o cursor no canto inferior esquerdo do arquivo e clique na seta para mudar de página):

PEB-Outubro-2021-no7-2

Da Redação