Reunião entre BB e Contraf-CUT trata de saúde, banco de horas, concurso de TI e descomissionamentos

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Em rodada da Mesa Temática de Saúde, prevista do Acordo Coletivo de Trabalho 2018/2020, realizada nesta quarta-feira (10), em Brasília, o Banco do Brasil apresentou dados sobre o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), que é feito de acordo com a Norma Regulamentadora 7 (NR7), e também sobre o programa de Reinserção – Retorno ao Trabalho.

Foram apresentados ainda números compilados do Exame Periódico de Saúde (EPS) de 2018. 

Entre os dados apresentados que mais preocupam os representantes dos trabalhadores está o crescimento do sobrepeso, maior no BB do que a média do Brasil. Estudos indicam que a incidência de câncer tem sido mais associada ao sobrepeso do que ao cigarro.

O percentual de sedentarismo no banco também é bastante elevado. O banco também tem feito no EPS um rastreamento de tendência à depressão entre os funcionários.

O Banco do Brasil também apresentou informações sobre o programa de Reinserção, que é o programa de retorno ao trabalho dos funcionários que estão há algum tempo afastados, tendo como público-alvo os reabilitados do INSS, os funcionários sem benefício do INSS, aqueles que tiveram a suspensão da aposentadoria por invalidez, os aposentados afastados há mais de 90 dias e os funcionários que retornam com necessidade de adaptações.

Os representantes dos sindicatos e federações fizeram vários questionamentos sobre os dois programas, com sugestões de melhoria no acompanhamento dos casos de retorno por cancelamento de licença ou aposentadoria por invalidez, principalmente de funcionários com muito tempo longe dos locais de trabalho.

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) orienta que todos os funcionários façam agendamento e não deixem de realizar o Exame Periódico de Saúde.

Os representantes dos trabalhadores solicitaram dados mais detalhados sobre afastamentos, além dos informados no Relatório Anual do BB. Foi solicitado que o banco comunique os casos de reinserção aos sindicatos para melhor auxílio aos funcionários.

O movimento sindical apontou para a Diretoria de Pessoas (Dipes) a necessidade de uma melhor orientação ou capacitação dos gestores para lidar com as pessoas com restrições. O BB informou que está desenvolvendo ações para direcionar melhor as pessoas para as funções mais adequadas e que em breve irá nos apresentar esse programa com as novas iniciativas aprovadas.

Após a parte de Saúde, a Comissão de Empresa abordou na mesa outros temas que são objeto de demanda dos bancários de todo o país através dos sindicatos e federações.

Descumprimento de acordo do banco de horas e assédio nas PSO

Foi relatado que nas Plataforma de Suporte Operacional (PSO) em todas as regiões do país está havendo pressão para a adesão ao banco de horas, descumprindo assim o firmado no Acordo Coletivo.

A Comissão de Empresa denunciou que funcionários têm sido transferidos de SOP simplesmente por não aderirem ao banco de horas, o que é ilegal e fere o que foi acordado, que é a livre adesão. Outro problema relatado pela CEBB é que na Instrução Normativa 361 não consta que as horas serão convertidas em espécie após seis meses. O banco ficou de avaliar a revisão para adequação ao ACT. A Contraf-CUT também questionou se as horas não folgadas estão sendo provisionadas. 

Concurso da área de TI

A Comissão de Empresa cobrou do BB uma solução sobre a situação dos funcionários que fizeram concurso específico para TI mas até hoje encontram-se nas agências em Brasília. O problema já se arrasta por dois anos. O banco informou que trará uma posição definitiva sobre o assunto até o final deste mês.

Gestão de Desempenho Profissional (GDP)

Os representantes dos funcionários denunciaram que a GDP tem sido usada constantemente como instrumento de ameaça de descomissionamento. 

Foram relatadas várias situações em que há uma percepção de piora no clima organizacional e nas condições de trabalho dos escritórios digitais. Foi solicitada ao banco uma mesa específica sobre GDP, conforme foi debatido e acordado na Mesa de Negociação da Campanha Salarial de 2018.

Venda de BBTS

Em relação a matérias veiculadas na imprensa sobre a venda da BBTS – BB Tecnologia e Serviços, a Comissão de Empresa da Contraf-CUT se posicionou contra a venda desta e das subsidiárias do BB, uma vez que defende o fortalecimento do Banco do Brasil e é contra a sua privatização.

Descomissionamentos arbitrários

Os representantes sindicais criticaram a política de descomissionamentos adotada pela empresa, tanto os casos de dispensa por avaliação quanto por ato de gestão.

 “A falta de transparência nos atos de gestão e o descumprimento da Gestão de Desempenho Profissional (GDP) nos descomissionamentos por avaliação estão criando um clima de terror nos locais de trabalho. Os sindicatos atuam administrativamente e judicialmente na defesa dos trabalhadores, tentando reverter os prejuízos financeiros e morais causados pelas situações denunciadas. Na ampla maioria dos casos, as ações dos sindicatos têm sucesso no que se refere à questão remuneratória, mas a violência psicológica e suas sequelas permanecem para sempre. Essa violência é ruim para todos. Perdem os bancários, perde o Banco do Brasil. Por isso, reivindicamos o fim dos descomissionamentos arbitrários imotivados”, informou Rafael Zanon, secretário de Imprensa do Sindicato dos Bancários de Brasília e representante da Fetec-CUT/CN na Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil.

Da Redação com Contraf-CUT